Segundo participante de uma nova série de entrevistas com os candidatos à Presidência no programa Gaúcha Atualidade, Ciro Gomes (PDT) defendeu, nesta segunda-feira (24), três alternativas para combater a crise nas contas do Rio Grande do Sul: reestruturação da dívida, indenização ao Estado pela Lei Kandir e ajuste no "problema da Previdência".
— Não há a menor chance de o Rio Grande do Sul sair da crise sem o apoio do governo federal. (O Estado) É hoje a pior situação do país — avaliou Ciro.
De acordo com o presidenciável, a primeira das "três providências" seria a reestruturação da dívida com um swap cambial, que gera uma troca de rentabilidades. O swap cambial é um tipo de contrato, normalmente oferecido pelo Banco Central (BC), com objetivo de proteger o investidor da variação do dólar.
O nome se origina de uma troca (swap em inglês): o tomador se compromete a pagar a variação do juro e, em contrapartida, o BC oferece a variação cambial no mesmo período. Na proposta de Ciro, o Estado transferiria de 11% a 13% da sua receita corrente líquida à União (equivalente ao percentual atual que RS pagaria se a quitação não estivesse suspensa). Segundo o candidato, permitiria "rolar essa dívida pelos próximos quatro anos, e fazer com que esse dinheiro economizado venha para resolver as grandes questões estruturais".
Ciro afirmou ainda que Rio Grande do Sul é vítima de um calote, resultando no segundo problema a ser enfrentado:
— O RS tinha uma receita tributária que recebia do agronegócio/agropecuária de grande, médio e pequeno porte. Com a Lei kandir, esses impostos foram retirados e o compromisso era de a União indenizar isso. Essa indenização nunca foi devidamente paga.
O ex-governador do Ceará defendeu ainda um ajuste no "problema da Previdência", já que hoje o "trabalhador jovem sustenta os mais velhos, e o Brasil é um país com muitos idosos". Ciro propõe dividir o sistema em três faixas de beneficiários, que vão desde um benefício social com renda mínima até um sistema de capitalização, de acordo com a renda do trabalhador, no qual os vencimentos dependeriam da contribuição da pessoa.
— (O Rio Grande do Sul) É o primeiro Estado do Brasil em que o gasto com inativos já passou o gasto com atividade. E isso vai piorar — afirmou.
Durante a entrevista, Ciro ainda criticou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. O presidenciável associou o adversário a atitudes nazistas:
— Quem discrimina pessoas pelo gênero, cor da pele, orientação sexual... isso tudo é premissa no nazismo.