Premidos entre a crise financeira do Estado e a demanda da população por mais segurança, os candidatos a governador prometem prioridade à área, mas evitam se comprometer com projeções que possam ser cobradas no futuro.
GaúchaZH fez três perguntas sobre o tema a sete concorrentes ao Palácio do Piratini. A reportagem tentou contato com Paulo Medeiros (PCO), mas não obteve retorno.
Confira as respostas de Miguel Rossetto (PT)
1) Em meio à crise econômica, o que o senhor fará para reduzir o déficit de milhares de servidores na Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e IGP? Quantos pretende chamar no seu governo para cada uma das corporações e como pagá-los?
Vou contratar os 5 mil policiais que faltam e que o governo de Sartori e Leite (o PSDB, partido de Leite, participou da gestão até dezembro) reduziu até junho deste ano. Estes candidatos agora prometem que vão contratar, mas também prometem que vão assinar o Regime de Recuperação Fiscal, que proíbe expressamente estas contratações. Ou seja, não é um compromisso sincero. Como não assinarei este regime, poderei contratar os policiais que faltam. Será possível contratá-los e pagá-los em dia, pois segurança será prioridade do meu governo. Não é verdade que o Estado não tem condições de pagar os serviços mínimos para a população, ainda mais quando gasta R$4,3 mil por mês de auxílio-moradia para cada juiz. A fantasia de que não há dinheiro para nada foi criada pelo atual governo para tentar justificar o seu fracasso.
2) Em quanto tempo o senhor conseguirá reduzir o déficit de 12 mil vagas em prisões do Estado? Quantas casas prisionais serão construídas na sua gestão?
O crescimento do déficit de vagas durante o governo Sartori é de 208%, chegando ao número dramático de 12.240. O atual governo é conivente com a transformação das prisões em escolas do crime. Atuaremos de forma conjunta com o Judiciário para diminuir o número de encarcerados sem sentença, que era de 35% em 2014, último dado disponível. Construiremos presídios. Há recursos federais do Departamento Penitenciário Nacional para isso. Infelizmente, o governo dos candidatos Sartori e Leite vem perdendo essas verbas. Combateremos as facções, acabando com o poder nas prisões e criaremos ambiente de ressocialização.
3) Outros locais do Brasil adotam a política de premiar policiais por resultados, como número de prisões e apreensões de armas e drogas. O senhor é favorável, pretende instituir ação semelhante? Há uma alternativa?
Em primeiro lugar, é preciso pagar o salário em dia. Nenhuma medida de eficiência se sustenta quando um profissional que vai para as ruas tenha tido 33 meses de salário atrasado, e que fique permanentemente preocupado com o sustento da sua família. O aumento da eficiência passa também por outras medidas como: o aumento da integração das polícias, valorização, treinamento e capacitação dos profissionais e fornecimento de condições e equipamentos para que os policiais e brigadianos exerçam suas atividades de forma segura e eficiente.