O Rio Grande do Sul possui 167 mil eleitores que não realizaram o recadastramento biométrico nas cidades onde o sistema é obrigatório, e por isso não poderão votar nas eleições deste ano. A afirmação é do vice-procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques, que explicou ainda que a ação movida pelo PSB para reconsiderar a possibilidade de voto destes eleitores não deve ir adiante. O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir nesta quarta-feira (26) se reverte ou não o cancelamento desses títulos.
Ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta quarta-feira (26), o vice-procurador afirmou ainda que 60% dos municípios gaúchos já são totalmente biometrizados, sendo os outros 40% são híbridos (ou seja, nestes locais vale tanto o título de eleitor como a digital). Para Jacques, o número de eleitores que não poderão votar por não terem refeito o cadastro é pequeno.
_ Temos que ver que o problema não tem toda essa dimensão. São 167 mil pessoas em um eleitorado de 8 milhões. O que é realmente preocupante no Rio Grande do Sul não é quem deveria ter feito o recadastramento e não fez, mas as pessoas que não comparecem para votar, o que fica na casa dos 1,2 milhão, se pegarmos o exemplo de 2014 _ relativizou o vice-procurador.
Ouça a entrevista na íntegra:
Se um eleitor está em dúvida sobre se está apto a votar nestas eleições, a recomendação é acessar o site do Superior Tribunal Eleitoral (STE) ou do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), colocar os seus dados e verificar o seu "status como eleitor". Se constar que não está apto a votar, o eleitor não poderá comparecer às urnas no próximo dia 7 de outubro, mas poderá se recadastrar para as próximas eleições:
_ As urnas já foram fechadas, os cadernos de votação já foram impressos e estão sendo distribuídos, por isso não tem como agregar novos espaços para esses gaúchos que não fizeram o recadastramento a tempo _ justifica Jacques.
Questionado sobre a forma como está sendo feita a fiscalização sobre fake news, elemento que chama a atenção nas eleições deste ano, o vice-procurador afirmou que as notícias falsas se dividem em categorias:
_ Existem graus de gravidade de uma notícia mentirosa. As mais leves acreditamos que o eleitor consiga filtrar. Há um nível mais severo em que contamos com outros candidatos para que reajam e denunciem. Aquelas mentiram em nível mais profundo são as que nos preocupamos e trabalhamos com o Ministério Público.
Para Jacques, a propagação de fake news no Brasil tem algumas peculiaridades quando comparada a casos em outros países, como nas eleições do México e Estados Unidos. Aqui, explica o vice-procurador, certos aplicativos são mais fortes na propagação de mentiras, e cada plataforma possui modos diferentes de garantir direito de resposta. Por isso, devem ser analisados separadamente:
_ Tem locais onde se uma SMS, outros predominam nas redes sociais. Cada um é diferente, mas também é importante tranquilizar o eleitorado de que grande parte das mentiras que circulam é entre os convertidos, ou seja, já vai para quem está esperando ouvir aquela mentira. Não atinge todo eleitorado _ conclui.