O PSDB de Caxias do Sul se prepara para não repetir chapa pura (com os candidatos a prefeito e vice do mesmo partido) nas eleições de 2024. O atual prefeito, Adiló Didomenico (PSDB), tentará a reeleição, e, segundo o vice-presidente tucano em Caxias, Márcio Amaral, terá ao seu lado na campanha um nome que vai ser decidido em conjunto entre os próprios tucanos e os três partidos já alinhados para formar coligação com o PSDB: União Brasil, Republicanos e PTB (que vai se tornar Partido Renovação Democrática, o PRD, após fusão com o Patriota).
– Os partidos vão decidir quem é o vice. É o cenário político do momento que dita as regras. O cenário em 2020 permitiu uma chapa pura. Hoje em dia, o cenário não nos dá mais a permissão de ir com chapa pura. A gente necessita agregar mais partidos, mais lideranças. Não dá para descartar (chapa pura). Mas a princípio, pelo o que estamos vendo no cenário, a tendência é não repetir. Estamos alinhados em quatro partidos, então são eles que decidem o nome. Vamos colocar na mesa os melhores nomes que temos perspectiva, e dali sai a decisão. Vamos tirar o nome para vice dentro do escopo de lideranças dos partidos que estão compondo – afirma Amaral.
A atual vice-prefeita, Paula Ioris (PSDB), admitiu à coluna Mirante que não deve repetir a chapa com Adiló, justamente por estar no mesmo partido do prefeito. Por isso, o vice-presidente tucano admite que o partido já trabalha com “alguns nomes” para candidato a vice-prefeito. A ideia é ter uma decisão da chapa entre março e abril, período da chamada janela partidária. No momento, a principal possibilidade é de que o atual secretário do Meio Ambiente, João Uez, filie-se ao Republicanos e seja escolhido como o nome para a composição da chapa. Uez, que atualmente está licenciado do PSDB, admite ter recebido convite do Republicanos, e garante que irá tomar uma decisão até o final do ano.
A expectativa do PSDB é agregar mais dois partidos, pelo menos, neste grupo que deve formar coligação. Um deles é o PSB, que faz parte da base do Governo Adiló, e que ainda não definiu o caminho que irá seguir em 2024. Seguir ao lado de Adiló na campanha é uma das possibilidades, mas não tem unanimidade interna entre os socialistas.
– A gente tem um ótimo relacionamento com o PSB, tanto que estão na base e têm até secretaria (de Habitação, comandada por Wagner Petrini). Estamos trabalhando para que eles passem a integrar o nosso grupo para as eleições. Mas eles também têm os processos internos deles, e nesse momento não podemos contar com eles oficialmente. Se eles vierem, com certeza agregam muito na nossa coligação. Temos boas conversas com eles, mas infelizmente não têm nada definido – lamenta.
"Gostaríamos de agregar o MDB"
A outra sigla desejada pelo PSDB para compor coligação no ano que vem é o MDB, a exemplo da parceria que as duas siglas mantêm no governo do Estado, com governador tucano (Eduardo Leite) e vice emedebista (Gabriel Souza). Há convite para que o MDB participe do grupo com o PSDB, porém é um cenário que, segundo o vice-presidente do PSDB em Caxias, resta “acompanhar e torcer”.
– Ficamos na expectativa porque gostaríamos de agregar o MDB no nosso grupo. Tem alguns cenários que vamos conseguir somente acompanhar, monitorar e torcer para que decidam vir com a gente. Mas temos candidatura, e nosso candidato é o Adiló. Não vamos fazer leilão solicitando apoio. É uma negociação a partir do momento que eles definirem que querem nos apoiar. Aí sentamos na mesa com o grupo todo dos partidos. Ninguém vai exigir nada e nenhuma decisão vai ser tomada sem ser uma decisão de grupo. O MDB ou outro partido não vai vir aqui e fazer imposições. Queremos os nomes deles, mas a decisão sai do grupo.
Márcio também explica que eventuais adversários nas eleições são monitorados pelo partido, mas as definições não alteram o planejamento tucano.
– A gente tem uma ideia de que o trabalho está sendo bem executado. Mais de 80% do plano de governo do Adiló já está cumprido. Temos a ideia de que o Adiló tem que ser candidato e é o nosso candidato à reeleição. Obviamente que a gente monitora o cenário todo. Sabemos que a esquerda vem com uma candidatura forte, que eles têm base sólida na cidade e, no cenário nacional, o presidente Lula. E vem se anunciando o (vereador Maurício) Scalco (atualmente no Novo, mas deve se filiar ao PL para concorrer), que é uma provável candidatura que não vejo grandes movimentos, que para mim esse nome não decolou – avaliou o tucano.