Em um ano, no dia 6 de outubro de 2024, os caxienses irão às urnas para decidir quem será o novo ou a nova prefeita, além dos 23 vereadores. Após uma disputa entre 11 candidatos ao Executivo em 2020, o cenário indica que o pleito do ano que vem deve ter uma quantidade bem menor de concorrentes. Até o momento, apenas três nomes estão colocados para a disputa, e que devem ter o apoio de outras siglas na composição das chamadas “frentes amplas”.
Atual prefeito, Adiló Didomenico (PSDB), é virtual candidato à reeleição. A intenção já foi antecipada pelo presidente tucano em Caxias do Sul, o deputado estadual Neri, o Carteiro, durante a convenção partidária que o reconduziu ao cargo, em 31 de agosto – ele estava ao lado do prefeito quando abordou as movimentações. A tendência é de que o PTB, partido que hoje reúne a maioria dos integrantes do primeiro escalão do governo, siga ao lado de Adiló. Numa eventual coligação, quem pode aparecer é o Republicanos, que entrou na base do governo em 4 de setembro, quando Edson da Rosa assumiu a Secretaria de Educação. O PSDB também terá o apoio do Cidadania, com quem compõe federação.
O segundo nome colocado até o momento é do vereador Maurício Scalco. Ele está no Novo, mas já anunciou que irá migrar para o PL na janela partidária, em abril. As articulações envolvem o atual presidente do PL, César Bernardi, que foi candidato a vice-prefeito em 2020 pelo Novo – e que estará ao lado de Scalco na chamada “frente ampla da direita”. A coligação deve reunir também o Progressistas (do vereador Alexandre Bortoluz) e o Podemos (do deputado federal Maurício Marcon). Segundo Scalco, a intenção é de agregar pelo menos mais um partido.
Já o PT, depois de recorrer ao deputado estadual Pepe Vargas em cinco eleições, tem na deputada federal Denise Pessôa o nome mais cotado. Com a estreia das federações, os petistas terão ao seu lado o PCdoB (do sindicalista Assis Melo) e o PV (de Paulo Sausen). Em reunião do partido, no dia 16 de setembro, o PT sinalizou com a intenção de compor frente ampla da esquerda. Para esta coligação, os parceiros que devem ser buscados são PDT, PSB, PSOL e Solidariedade. Uma composição com o MDB não é descartada, já que, para o vereador Lucas Caregnato (PT), “o limite (de uma aliança) é o plano de governo”.
Três grandes são incógnita
MDB, PDT e PSB ainda têm caminhos indefinidos para as eleições de 2024. Todos têm mais de uma opção para seguir, e que podem ser decisivas para o resultado da disputa.
Os emedebistas são os que têm mais possibilidades. A principal delas, e mais provável, é indicar nome próprio à majoritária. A preferência interna é pelo ex-prefeito e ex-governador, José Ivo Sartori, mas é um cenário remoto e improvável. Outra possibilidade difícil é compor com o PT. Ambas as siglas tem pretensões sobre indicar nome à majoritária e, em Caxias, não há histórico de parceria entre elas. A frente da direita também deixa o caminho aberto para o MDB, com acenos à vereadora Gladis Frizzo (MDB), mas esbarra no mesmo problema dos esquerdistas, já que Scalco não deve abrir mão de ser candidato.
Há chance de união entre MDB e PDT, reeditando a parceria que comandou Caxias por 12 anos, entre 2005 e 2016, com Sartori – que não deve concorrer – e Alceu Barbosa Velho (PDT) como candidatos. Há conversas para que Alceu, em vez de repetir a dobradinha, seja candidato a vice-prefeito do PT, ao lado de Denise Pessôa, reforçando a parceria PT-PDT que existe em nível nacional.
Para o PDT, maior partido de Caxias em número de filiados, também há opção de lançar candidatura própria à majoritária, que é mais um cenário com baixa probabilidade. Quem também não deve seguir por este caminho da candidatura própria é o PSB, que atualmente integra a base do Governo Adiló. Para os socialistas, existe possibilidade de seguir ao lado do prefeito, compor frente ampla com a esquerda ou ainda participar de chapa ao lado do MDB, antigo parceiro. Em 17 de agosto, o presidente do PSB, vereador Zé Dambrós, deixou todas opções abertas:
– Não é hora ainda de definir onde vamos estar, se vamos sair com candidato, se vamos estar com Adiló ou não, se vamos estar com a centro-direita, se vamos estar com a centro-esquerda.