Os famosos jingles, os números de urna e as propostas dos candidatos começarão a ter mais espaço no dia a dia dos brasileiros a partir desta sexta-feira (26), data que marca o início da campanha eleitoral gratuita no rádio e televisão para o primeiro turno das eleições 2022. A veiculação dos programas vai até o dia 29 de setembro. Serão dois blocos diários, de segunda-feira a sábado. Os programas de rádio serão veiculados às 7h e às 12h. Na TV, o cronograma é às 13h e às 20h. Cada programa terá duração de 25 minutos. É obrigatório que todas as emissoras de rádio e os canais de televisão aberta incluam o conteúdo na programação.
A exibição é dividida durante a semana para que todos os cargos sejam divulgados. Às segundas, quartas e sextas-feiras serão exibidas as propagandas dos candidatos a senador, a deputado estadual e a governador. São cinco minutos para os postulantes ao Senado, e 10 minutos para os cargos de deputado estadual e governo do Estado. Às terças, quintas-feiras e aos sábados, é a vez dos presidenciáveis, seguidos pelos candidatos a deputado federal. Para cada um dos cargos, o tempo será de 12 minutos e 30 segundos de propaganda. Abaixo, entenda mais sobre o espaço de cada postulante.
Tempo de cada candidato ao governo do RS
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) divulgou na sexta-feira (19) o tempo que cada candidato ao governo do Rio Grande do Sul terá durante a propaganda eleitoral gratuita. O ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que tem a maior coligação entre os candidatos ao Palácio Piratini, terá mais tempo de propaganda. O tucano ficará com três minutos e 44 segundos a cada programa, o que representa mais de um terço entre todos os postulantes.
Os candidatos Carlos Messalla (PCB), Paulo Roberto (PCO) e Rejane de Oliveira (PSTU) não terão acesso ao horário eleitoral em razão da cláusula de barreira criada na eleição de 2018. A norma estabelece que as legendas precisam obter 3% dos votos válidos na última eleição em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas; ou pelo menos quinze deputados eleitos distribuídos por um terço do território nacional. No caso do partido deles, esse percentuais não foram alcançados.
Inserções
:: Diariamente, também serão exibidas inserções de 30 e 60 segundos ao longo da programação dos veículos tanto para os candidatos ao Planalto quanto para os postulantes ao Palácio Piratini. No caso das eleições ao governo gaúcho, serão 980 inserções no primeiro turno.
:: Assim como ocorre nos programas, as inserções são divididas de acordo com o tamanho do partido ou da coligação de cada postulante: 10% do tempo é distribuído de forma igualitária entre os candidatos com acesso à propaganda. O restante do tempo, 90%, é distribuído proporcionalmente entre os partidos, conforme o número de deputados federais eleitos na eleição anterior. Neste ano, os números da eleição de 2018 é que estabelecem essa divisão.
Tempo de cada candidato à Presidência da República
A proposta de distribuição do tempo no horário eleitoral para os candidatos à Presidência da República foi aprovada na última quarta-feira (23) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma audiência pública promovida pelo TSE na semana passada apresentou o tempo destinado à campanha do primeiro turno, e podia ser contestada pelos partidos.
Foram recebidas duas sugestões ao texto, uma do partido Democracia Cristã (DC) e uma de um cidadão, conforme informou o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. Ambas não foram acolhidas.
No cenário nacional, quem lidera o tempo de rádio e televisão é Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com três minutos e 39 segundos. Os candidatos Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Vera Lúcia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB) não atingiram os requisitos mínimos e não terão acesso ao horário eleitoral. Pablo Marçal (Pros) não entrou na contagem. Sob nova direção, a sigla revogou a candidatura dele. Porém, a sua candidatura segue no sistema do TSE, pois o Tribunal ainda não tomou uma decisão sobre o registro de Marçal.
Rádio e televisão servem para consolidar o perfil dos candidatos
Mesmo que as redes sociais tenham um papel forte durante a campanha eleitoral, com regras específicas definidas pelo TSE para o seu uso, o rádio e a televisão não perderam o seu espaço e importância nas eleições brasileiras.
Para Fabrício Pontin, professor do curso de Relações Internacionais na Universidade La Salle, apesar do Brasil ser um país com muitos acessos nominais às redes sociais, a maior parte dos usuários trabalha com um modelo de acesso limitado de internet. Com isso, o rádio e a televisão promovem uma democratização do acesso aos candidatos ao pleito eleitoral.
— O horário eleitoral obrigatório, seja o horário fixo ou as inserções do rádio e da televisão, tem um papel de divulgação que ainda é importante, eu não diria decisivo, nem sei se já foi decisivo, mas ainda é bastante importante para os candidatos. Vai ser importante para divulgar um número de candidatos, a questão central para a urna eletrônica.
Além dos programas, Pontin atesta que as entrevistas com os candidatos e os debates na grande mídia também são fundamentais nesse período como forma de consolidar o perfil dos concorrentes.
— Vai ser importante, sobretudo, para fixar a imagem mais geral do candidato, ou seja, para todos os setores da população indiscriminadamente. O WhatsApp normalmente é vinculado a grupos. Os grupos vão ter o enfoque material que vai ser produzido para o interesse dentro do WhatsApp. O que a gente vai ver dentro do horário eleitoral na televisão e no rádio é uma vinculação do candidato mais ampla, um perfil mais geral do candidato, e não um perfil específico — finaliza o professor.