O vereador mais votado em Caxias do Sul em 2020, Mauricio Marcon, do Novo, foi expulso do partido. Ele confirmou que recebeu a comunicação na manhã desta quinta-feira (12). O parlamentar diz que ainda está "processando" o fato e que não sabe se vai ou não recorrer da decisão.
A expulsão de Marcon decorre de um processo administrativo disciplinar aberto pelo diretório estadual, em 11 de junho deste ano, depois de o vereador ter criticado, em uma transmissão ao vivo em rede social, o processo seletivo para escolha do candidato que vai representar a legenda nas eleições presidenciais em 2022.
— O que a gente não pode aceitar é um processo seletivo não verdadeiro. Isso eu não vou aceitar. Talvez, isso possa me trazer implicações mais sérias dentro do próprio partido. Daqui a pouco uma suspensão, até uma expulsão. Mas, vou dizer a vocês, se me corrompesse por causa de um processo seletivo fake, lá na frente, iria me corromper por outras coisas, então... eu não sou assim — disse Marcon, na live no dia 6 de junho.
Na própria transmissão, o vereador explica que o partido abriu seleção para definir pré-candidatos, que dois se inscreveram, mas apenas uma candidatura foi aceita. Marcon chega a referir a dúvida sobre qual atitude o partido tomaria em relação ao posicionamento dele diante da questão. Nesta tarde, reafirmou à reportagem algo que já tinha declarado na live:
— Valores e princípios eu não negocio.
O diretório estadual ingressou com pedido de expulsão do vereador na Comissão de Ética Partidária do diretório nacional. O parlamentar apresentou defesa, mas a decisão foi pela expulsão.
— Dentro de um partido liberal, colocar uma opinião, de forma respeitosa, e ser expulso por isso, é estranho. Recebi a notícia hoje (quinta-feira) de manhã que tinha sido expulso. Ainda estou em choque. Não faz o menor sentido ser punido por uma opinião. E veio a pena capital, uma expulsão sumária. Estou assustado, incrédulo do que aconteceu — ponderou.
Marcon diz que vai consultar advogados para decidir os próximos passos, se vai ou não recorrer, e para se inteirar do que pode acontecer, se a expulsão acarretará na perda do mandato ou não.
O prazo para recurso é de 10 dias após a decisão. O diretório estadual do Novo disse, por meio da assessoria, que não pode se posicionar ainda sobre a questão, pois descumpriria o estatuto do partido: "O diretório não pode confirmar expulsão nem comentar processos em andamento, somente quando concluir".