Já na UCS, enquanto Bolsonaro cumpria com a sua agenda oficial, um protesto contrário ao chefe de Estado ocorria a cerca de 1km da Vila Olímpica, local do evento. Estudantes do Diretório Central de Estudantes da Universidade e da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Caxias do Sul exibiam cartazes, instrumentos e cânticos contra a presença de Bolsonaro nas imediações do Bloco 58. O estacionamento aos poucos foi tomado por apoiadores do presidente e quase acabou em briga.
Enquanto os estudantes recuavam, duas pessoas com máscaras com o rosto do presidente tentavam agressões, contido pelos próprios apoiadores do presidente. O celular de Barbara Moreschi chegou a ser retirado das mãos dela por um homem que vestia uma camisa réplica das utilizadas pelo exército, mas foi devolvido após a chegada de uma viatura da Brigada Militar.
— A gente queria que os nossos pares ficassem seguros, a gente viu como eles agem agressivamente. Eles não tiveram pudor nenhum em deteriorar nossos instrumentos de manifestação, roubaram bandeiras e bateram em muitas pessoas. A gente acredita que o caminho não é por aí — diz Barbara, que complementa sobre os motivos da manifestação contrária:
— O grafeno representa muito que a tecnologia e a ciência devem servir para o desenvolvimento do país e da região. E a presença do Bolsonaro vai contra a tudo isso, um presidente que nega a ciência o tempo todo, destila ódio e descumpriu as determinações dos órgãos de saúde. Essa agenda dele não passa de agenda eleitoreira.
A manifestação não havia sido divulgada com antecedência porque os organizadores já previam hostilidades por parte dos apoiadores.
OUTRO ATRITO
Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro encontrou-se, por volta das 14h30min, com um grupo de oposição ao governo dele na região do Monumento ao Imigrante, nas proximidades da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O presidente participa da abertura da Feira Nacional do Grafeno, no campus-sede da instituição de ensino, na tarde desta sexta-feira (9).
Os ânimos ficaram acirrados, mas de acordo com o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Emerson Ubirajara, só houve defesas de pontos de vistas de ambas as partes. Apoiadores gritando gritavam “mito” e opositores, “Fora Bolsonaro”. Segundo ele, o princípio de tumulto foi rápido e já dispersado pela Brigada Militar.