Um grupo de manifestantes se mobiliza em frente à Câmara de Vereadores de Caxias do Sul na tarde desta quinta-feira (21) para protestar contra o pacote de propostas encaminhado pelo poder público ao Legislativo prestes a ser votado em sessão extraordinária. Cerca de 30 pessoas compõem a manifestação. O grupo é formado por militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), CPERS e Sindiserv.
A contrariedade se concentra em quatro projetos: a redução do passe livre de 12 para 3 datas ao ano; a revogação da lei municipal que assegura meia tarifa para professores e funcionários de escolas; a alteração do escopo da lei (8.470/2019) que autoriza operação de crédito junto à Caixa Econômica Federal, até então referente a concessões de PPCIs e reformas de escolas, mas cujo projeto prevê a ampliação de investimentos para outros setores e a isenção de pagamento de ISSQN e taxa de gerenciamento à Visate.
— Já é de praxe chamarem sessões em cima da hora sem o devido debate com a população. Agora convocaram para as 13h30min de uma quinta-feira, quando sequer a população pode se mobilizar. Nos incomoda não só a redução do passe livre, como também o fim da meia passagem para professores e funcionários de escolas e a isenção da Visate, que é uma empresa e pode pagar tributos, teria é que estatizar esse serviço — defende a militante do PCB, Maila Costa.
A presidente do Sindiserv, Silvana Piroli, também criticou a suposta falta de diálogo do poder público antes de remeter à Câmara os projetos:
— Não foi discutido nada. Muito raso simplesmente tirar o direito de professores. O que realmente impacta a diminuição de passageiros? É a meia passagem do professor, cujo recurso deixará de entrar agora totalmente, ou a falta de itinerários? Quais são os insumos que realmente impactam?
E contesta:
— Por que essa pressa em votar? Para quem está há mais de um ano atrasando lançamento de edital agora tem pressa em lançar esses projetos relacionados ao transporte... ou não tinha pressa ou estavam escondendo alguma coisa — critica Silvana.
Alguns parlamentares interagiram com o grupo, como Lucas Caregnato (PT) e eestela Balardin (PT).
Ausência de entidades e desinformação
Uma das entidades com maior apelo comunitário, a União das Associações de Bairros (UAB) não estava presente na mobilização.
— A UAB está contraditória no posicionamento com relação a esses assuntos do transporte público. Não estão necessariamente aliados com a classe comunitária — critica a militante do PCB, Maila Costa.