A seção O Tema da Hora, que, no primeiro turno, colocou nove temas ao exame dos 11 candidatos a prefeito de Caxias do Sul, retorna no segundo turno. Com a disputa resumida a dois candidatos, a seção promove uma alteração de formato com o propósito de proporcionar uma ampliação da abordagem dos temas propostos.
Os tópicos apresentados pela seção O Tema da Hora se relacionam a assuntos de relevância para a comunidade ou temas trazidos pelo noticiário.
Nenhum tema foi mais forte na semana que passou e teve tanta repercussão como o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, negro de 40 anos, decorrente de espancamento e agressões continuadas por dois seguranças em uma unidade do hipermercado Carrefour em Porto Alegre, na véspera do 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.
A gravidade do episódio e sua repercussão são tão grandes, inclusive em âmbito internacional, que justificam a abordagem do tema políticas públicas para contemplar os negros, que podem e devem ser incorporadas nas ações do futuro governo.
Em primeiro turno, a seção O Tema da Hora formulava uma pergunta geral sobre o assunto em questão. Agora, em segundo turno, serão formuladas três questionamentos sobre o tema escolhido.
As perguntas formuladas abaixo abordam as políticas públicas a serem propostas por cada candidato para promover e apoiar a luta da comunidade negra, quais medidas pretendem adotar para o combate ao preconceito e como fortalecer os direitos humanos na cidade, tema que costuma ser bastante polêmico. A seção também estipulou aos dois candidato que pudessem responder as questões em um mesmo espaço, de 600 toques para cada uma delas. Uma resposta menor fica a critério de cada candidato.
1. Quais as políticas públicas para contemplar os negros?
Acima de tudo, respeito. Vamos revitalizar o programa Caxias da Paz, promovendo a construção da cultura da convivência, diálogo e da valorização dos seres humanos a partir de suas diferenças. O programa atende desde a prevenção até a restauração dos conflitos.
2. Como o senhor irá combater o preconceito?
Através de campanhas de conscientização nas escolas e órgãos públicos. Vamos coordenar a articulação política por meio de parcerias em projetos que tenham por finalidade uma sociedade mais pacífica e justa.
3. Como fortalecer os direitos humanos em Caxias?
Oportunizando a todos, independente de raça, credo ou ideologia, amplo acesso ao conhecimento e ao mercado de trabalho. Tudo deve estar em plena sintonia, tanto o resguardo dos direitos básicos e fundamentais até o acesso à dignidade e independência financeira. Caxias vai voltar a ser a cidade das oportunidades.
1. Quais as políticas públicas para contemplar os negros?
Estimular a autonomia do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e seu protagonismo enquanto mecanismo de participação, para fomentar a representação institucional das organizações, assim como da comunidade em geral. Implantar do Observatório da Desigualdade que, por meio de parcerias e convênios com instituições de ensino e pesquisa, produza diagnósticos e dados relativos à desigualdade racial (violência, moradia, educação, formação profissional), para subsidiar a elaboração e o aperfeiçoamento de políticas públicas.
2. Como o senhor irá combater o preconceito?
A primeira coisa é reconhecer a existência das várias formas de preconceito que estão presentes na nossa sociedade. Ao mesmo tempo, o prefeito deve agir, permitindo que a estrutura do município trabalhe cotidianamente para garantir a todas as pessoas os seus direitos fundamentais.
3. Como fortalecer os Direitos Humanos em Caxias?
Criar o Programa Cidadãos de Direitos, com ações educativas acerca dos direitos das mulheres, do público LGBT, da igualdade racial, das pessoas com deficiência, idosas e do respeito a essas pessoas. Buscar parcerias com amobs e outras organizações para reconhecer os direitos e proporcionar acesso da população às diversas políticas, sejam elas culturais, educacionais, esportivas, de saúde, lazer e/ou bem-estar social. Retomar o programa Promotorias Legais Populares para apoiar ações de capacitação de pessoas para orientação na busca por direitos. Fortalecer o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Conselho do Idoso.