Desde sábado (31), o Pioneiro publica os perfis dos candidatos a vice-prefeito de Caxias do Sul. Confira o terceiro:
Quando disputou uma vaga à Câmara de Vereadores, em 2016, Chico Guerra (Republicanos) tinha como missão conquistar a vaga do irmão Daniel Guerra, que deixava o Legislativo para tentar a prefeitura de Caxias do Sul. Conseguiu. Foi eleito com 3.133 votos.
Agora, o objetivo é maior: retomar, ao lado de Júlio Freitas (Republicanos), o Executivo e dar sequência ao governo interrompido com a cassação e a perda de direitos políticos de Daniel.
— A motivação é grande em razão de tudo o que aconteceu no final de 2019 — diz Chico.
Para isso, tem percorrido a cidade de ponta a ponta para conversar com os eleitores. Tem ouvido que o impeachment foi "uma sacanagem" e que Guerra "era o único que ouvia as pessoas". O sentimento, segundo Chico, é de rejeição zero nas ruas.
— As pessoas reclamam muito (da saída de Guerra) — diz.
Além de buscar reparar a perda sofrida pelo irmão, já que entende que a cassação não foi justa, a chance de ocupar o cargo de vice-prefeito o anima porque Chico gostou da experiência de estar na administração municipal. Chefe de Gabinete durante parte do governo de Daniel Guerra, Chico diz que pode fazer mais pela população na prefeitura.
— Eu me senti melhor no Executivo. Lá eu conseguia fazer as coisas acontecerem. É muito satisfatório, porque consegue ver as coisas acontecendo. Na Câmara, o resultado não é tão imediato — avalia.
A atuação no Legislativo também acabou comprometida, segundo ele, pela forte oposição enfrentada. Por ser o irmão do prefeito, acabou sofrendo ataques diários e não conseguiu dar andamento a projetos que pretendia aprovar na Casa do Povo.
— Sofri aqui (na Câmara) o que o prefeito Guerra sofreu na prefeitura. Eles queriam agredir o prefeito e me agrediam. O foco era me atingir para atingir o Guerra. Tive muita dificuldade — reclama.
Apesar dos obstáculos e do baque no orçamento familiar — conforme Chico, ele teve prejuízos financeiros ao deixar a iniciativa privada —, a entrada na política valeu a pena:
— Me sinto mais realizado na vida pública por auxiliar as pessoas.
Conselheiro
Família é muito importante para Chico. Estão sempre reunidos aos finais de semana e tomam decisões em conjunto, como a candidatura a vice. Mas, embora seja irmão do ex-prefeito, diz que os dois falam pouco sobre política.
— Quem tem maior contato é o Júlio, se aconselha muito com o Daniel. Já o nosso maior contato é familiar.
Chico tem 52 anos e é casado com Patrícia, 45, e pai de Nicole, 15, e Guilherme, nove. Ele é graduado em Ciências Contábeis, com especialização em Gestão Empresarial e Perícia Financeira. Além disso, é integrante da paróquia São Pelegrino, como ministro da comunhão e membro da Pastoral do Batismo.
— Vou continuar atuando na igreja, mesmo se for vice. Todo caxiense deveria fazer um trabalho voluntário — acredita.
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