A prefeitura começou a semana assumindo dois sérios desgastes: a retirada do vale-alimentação de R$ 16 para merendeiras que trabalham de forma terceirizada nas escolas da rede municipal, substituído por uma marmita, e a demissão de 36 trabalhadores da Codeca que estavam cedidos para o Samae. Essas demissões se juntam a outras cinco havidas em junho, de funcionários da companhia cedidos para a Secretaria de Obras.
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É um grande desgaste. As demissões envolvem a relação entre Samae e Codeca, dois órgãos do município, e nitidamente faltou uma condução estratégica do Executivo. O Samae não renovou contrato com a Codeca para prestação de serviço de reparação de redes de água. Justificou que o preço da Codeca está fora da cotação de mercado. A prefeitura teria de administrar a questão levando em conta os interesses da boa prestação do serviço público e dos funcionários, mantendo vagas e empregos e liderando uma composição possível entre os dois órgãos. Não o fez. Inclusive, a própria presidente da Codeca, Amarilda Bortolotto, reconhece "a qualidade dos serviços desempenhada pelos servidores" desligados.
Quanto à situação das merendeiras, há um ponto convencionado que permite substituir o vale-alimentação por comida preparada. Mas esta é uma medida que aponta para a precarização do trabalho. O vale funciona como uma complementação de renda para as merendeiras e há uma série de procedimentos formais — aqueles aos quais a administração tanto se apega — a serem compatibilizados. Faltou controle sobre a situação e gerenciamento do problema pela administração, que, em um primeiro momento, informou que o assunto é competência da empresa prestadora de serviço.