
A instalação de um aparelho detector de metais na portaria principal da Câmara Municipal de Caxias do Sul está causando críticas de alguns vereadores. A medida também irritou outros servidores e cargos de confiança (CCs), mas estes preferem não se identificar. Entretanto, a iniciativa foi bem recebida e mereceu elogios da maioria dos parlamentares e da União das Associações de Bairros (UAB).
A colocação do equipamento em fase de teste ocorreu na segunda-feira passada e pegou vereadores e servidores de surpresa. Na quinta-feira à tarde, a Câmara confirmou a utilização do equipamento de forma definitiva. O aparelho detector custou R$ 4.812,80. A reportagem apurou que ele está regulado para identificar metais de armas de fogo e armas brancas, como facas. Desde o início da semana, as pessoas que precisam acessar o prédio são orientadas a depositar pertences como celulares, chaves, moedas e outros objetos metálicos em uma caixa plástica para somente depois passar pelo aparelho. A circulação é supervisionada por um segurança de uma empresa privada.
O Legislativo anunciou ainda outras quatro medidas de segurança, como a colocação de porta de vidro no acesso à rampa do prédio e a instalação de travas automáticas nas portas das entradas da sala da presidência e do plenário. As medidas estão em fase de orçamento. Além disso, ocorrerá o cadastro e identificação dos visitantes. O controle de acesso será realizado pelas recepcionistas. Em fevereiro, a Mesa Diretora da Casa proibiu a entrada de faixas com suporte de madeira ou plástico que oferecem risco à integridade física no plenário. A circulação no espaço dos vereadores também está proibida – inclusive para assessores dos vereadores.
Segundo a Câmara, o tema da segurança é uma preocupação desde 2014, quando a Mesa inseriu no seu relatório anual a necessidade da implantação do detector. O presidente do Legislativo, Alberto Meneguzzi (PSB), observa que a instalação considera a opinião das legislaturas passadas e que a Câmara cede espaços para associações e entidades nos finais de semana.
– Hoje, são quase 200 servidores que atuam no Legislativo. Diariamente, contando os servidores, cerca de 400 pessoas circulam no parlamento. O interior da Casa abriga uma cafeteria e dois caixas eletrônicos.
Em abril, o vereador Rafael Bueno (PDT) foi ameaçado por uma mulher durante sessão. Meneguzzi, porém, diz que as medidas não foram tomadas a partir de uma ameaça explícita.
Contrários e a favor
Apesar da justificativa de aumentar a segurança, o vereador Adiló Didomenico (PTB) é contrário ao detector de metais e afirma que o aparelho deixa a impressão de afastamento dos parlamentares com os eleitores.
– Não sinto necessidade. Por mim é dispensável.
Para o presidente da UAB, Valdir Walter, a implantação chega tarde, e só a pessoa mal-intencionada ficará constrangida. Ele revela que até pessoas armadas já acessaram a Câmara.
– Sempre será bem-vindo quando se trata de segurança. A gente sabe que, muitas vezes, pessoas já entraram armadas na Câmara. O detector vai inibir o mau elemento.
A assessoria da Câmara disse que a Mesa Diretora não sabia da revelação de Valdir Walter.
As medidas
- Proibida a entrada de faixas com suporte de madeira ou plástico desde fevereiro.
- Instalação de detector de metais (em funcionamento).
- Colocação de porta de vidro no acesso à rampa do prédio (em fase de orçamento).
- Instalação de travas automáticas nas portas das entradas da sala da presidência e do plenário (em fase de orçamento).
- Controle de identificação (em fase de estudo).
- Proibida a circulação no espaço dos vereadores.
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