Começou na quinta-feira e tem previsão de encerrar-se na terça-feira, dia 30, o julgamento final do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na segunda, inclusive, a presidente afastada deve ir ao Senado para ser ouvida. Para que seja afastada definitivamente, são necessários os votos de, no mínimo, 54 senadores. Se isso acontecer, a petista, além de deixar a Presidência, fica inelegível por oito anos a partir de 2019. Caso o placar de 54 votos a favor do impeachment não seja alcançado, o processo é arquivado e Dilma Rousseff reassume a Presidência.
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A votação ocorre em meio às eleições municipais. Por isso, o Pioneiro questionou os candidatos a prefeito de Caxias do Sul sobre qual a posição de cada um em relação ao impeachment de Dilma. Todos responderam à seguinte pergunta: O senhor é favorável ou contrário ao impeachment da presidente Dilma? Por quê?
Confira as respostas dos candidatos Assis Melo (PCdoB), Daniel Guerra (PRB), Edson Néspolo (PDT), Francisco Corrêa (PSOL), Pepe Vargas (PT) e Vitor Hugo Gomes (Rede).
Assis Melo (PCdoB)
"O que chamam de impeachment, na realidade, é um golpe de Estado, ferindo gravemente a democracia e a Constituição de 1988, porque não há crime de responsabilidade da presidenta Dilma. Sem democracia e sem direitos, o trabalhador fica desprotegido. O governo golpista de (Michel) Temer quer acabar com a CLT e direitos trabalhistas consagrados há mais de 70 anos, como 13º, férias e descanso remunerado. Quer entregar as riquezas do nosso pré-sal para os países ricos, acabando com a nossa soberania. Além disso, anunciou congelamento por 20 anos dos recursos da saúde e passar para até 70 anos a idade mínima para a aposentadoria."
Daniel Guerra (PRB)
"Na Câmara, fomos autor de moção pelo afastamento e pelo processo de impeachment da presidente. É uma posição muito firme e serena de resposta à responsabilização que se deve ter com qualquer gestor público que transgrida a lei. Ela (presidente Dilma) precisa ser responsabilizada, e a forma legal, constitucional e democrática que se aplica ao caso é o impeachment. E que isso seja pedagógico para todos que estejam ocupando cargo público, porque também existe outro tipo de impeachment que é aquele que ocorre nas urnas. Esse é o melhor processo que pode ocorrer, de ser reprovado nas urnas, e isso a gente vê que muitos outros precisam. Por exemplo, o Eduardo Cunha, que também deve ser cassado, o Renan Calheiros, e também o presidente interino (Michel Temer), que é parte destas pedaladas e da situação desastrosa que todos os brasileiros estão sofrendo. Também deveria estar sendo responsabilizado."
Edson Néspolo (PDT)
"Vai tarde, porque o que ficou comprovado do estelionato eleitoral para ganhar a eleição, enfim, tudo o que foi arranjado nesses últimos períodos aí, em termos de orçamento, das pedaladas, ficou comprovado. Então, é um crime muito grande, fizeram o estelionato para ganhar a eleição de novo e vai tarde. Sou totalmente favorável ao impeachment. Não estou conseguindo acompanhar, mas espero que passe (no Senado)."
Francisco Corrêa (PSOL)
"Pessoalmente e enquanto partido, a gente nunca defendeu o impeachment. O PSOL sempre fez uma oposição programática ao PT e pela forma como o PT foi para o outro lado, viabilizou projetos da burguesia e abandonou as lutas dos trabalhadores, mas nós não fizemos apologia ao impeachment como saída para isso, como não aceitamos que o governo Temer, que por enquanto é provisório, se consolide. Nós não somo favoráveis nem ao impeachment nem à permanência do Temer. A nossa posição, enquanto partido, é clara, por eleições gerais já."
Pepe Vargas (PT)
"Obviamente, sou contrário. Não há crime de responsabilidade. O impeachment é um golpe com dois objetivos: suprimir as investigações contra a corrupção que estão chegando no PMDB, PSDB e DEM, botar panos quentes nas investigações sobre corrupção que pegam figuras expressivas desses três partidos; e atacar os direitos conquistados pelo povo brasileiro no último período, fazendo uma reforma regressiva da previdência, colocando a CLT abaixo, com a proposta de que o negociado tem preferência em relação ao legislado em questões trabalhistas."
Vitor Hugo Gomes (Rede)
"Sou favorável. Nessa questão, acompanhei a posição do João Derly e do Miro Teixeira e a posição oficial da Marina Silva, que é pelo impeachment. Acontece que perdeu totalmente a condição de governabilidade, seja pelo problema de corrupção que afetou o governo, seja pelo rompimento da aliança que o PT e a presidente Dilma proporcionou. Nós somos também contrários que Temer assuma, porque ele também está comprometido com as mesmas questões da presidente Dilma na campanha eleitoral. Nós queremos que o Tribunal Superior Eleitoral julgue os dois e que, então, seja convocada nova eleição para presidente. Achamos que o Temer tem os mesmos problemas que tem a Dilma, seja das pedaladas fiscais, seja de na campanha eleitoral ter sido beneficiado com dinheiro proveniente dessa corrupção bárbara que o país foi vítima."