Insatisfeito com o PT de Caxias do Sul, o vereador Rodrigo Beltrão pode deixar a sigla. O parlamentar, que está no segundo mandato, reclama da falta de protagonismo do partido na cidade. Beltrão diz que não existe uma tática de oposição ao governo municipal. Ele também queixa-se da falta de espaço dentro da legenda. A insatisfação veio à tona na sessão da Câmara desta terça-feira, quando o vereador disse: "não sei até quando estarei no Partido dos Trabalhadores". As informações são da Gaúcha Serra.
Rosilene Pozza: vereador Beltrão admite que pode deixar o PT
- O PT em Caxias precisa, na conjuntura local, dar uma contribuição maior e, para que possa dar uma contribuição maior, tem de conhecer qual o caminho a ser construído logo ali na frente. Entendo que nossa trajetória política, o compromisso assumido durante dois mandatos, tem a empolgação nesta conjuntura local de transformação. Eu sei, acompanho a diferença de quando, por exemplo, o PT governou Caxias (entre 1997 e 2004) e, agora, na oposição. Isso afeta diretamente a vida do povo. A medida que o protagonismo do PT aumentar, nós vamos estar neutralizando, tentando diminuir essa coligação ditatorial que tem se construído (na prefeitura) e esse processo precisa ser acelerado - destaca.
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Conforme Beltrão, a decisão em deixar a legenda ainda não está tomada. Ele está discutindo com companheiros e apoiadores e frisa que será uma decisão coletiva. O vereador está no PT há 20 anos - filiou-se aos 16. Caso saia, diz não saber ainda qual será o destino. A Rede é uma possibilidade, mas ele não confirma nem descarta.
- Minha conduta sempre será ideologicamente coerente. Eu defendo o projeto democrático-popular, que hoje tem a presidente Dilma, tenho uma formação política socialista, democrática. Qualquer partido que esteja no campo democrático-popular, que não apoie o golpe e concorde com a ideia de um projeto popular e socialista, é uma alternativa. Mas, de concreto, só existe uma reflexão (sobre deixar o partido) - diz.
O PT já perdeu, neste ano, o vereador Kiko Girardi. Após divergências com a sigla, ele ingressou, em setembro, no PSD.