Apesar de melhorar três posições, o Brasil está "estagnado" no ranking da corrupção que será divulgado nesta quarta-feira pela entidade Transparência Internacional. Na classificação que abarca 175 países, o Brasil subiu três posições - passou da 72ª colocação no ano passado para a 69ª neste ano.
A mudança, no entanto, não representa avanços reais, já que a pontuação do país está estagnada, passando de 42 pontos, de um total de 100 pontos, em 2013 para 43 pontos em 2014. Pela metodologia adotada no ranking da corrupção da entidade, quanto mais próxima a pontuação estiver de 100, menos corrupto é o país ou território.
- O Brasil está estagnado e isso não é uma boa notícia - disse ao Estado o diretor para as Américas da Transparência Internacional, Alejandro Salas. - Se não há uma mudança, é porque o mundo continua tendo a percepção de que a corrupção é um problema no Brasil. Estagnação no contexto brasileiro significa que o dinheiro público continua sendo saqueado - complementou.
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Segundo Salas, o recente caso de corrupção sob investigação que envolve a Petrobras revela que existe um "casamento entre a elite política e parte da elite econômica para extrair recursos públicos". Para ele, "a mudança no ranking não significa nada". "Neste ano, temos menos países avaliados e, no fundo, em termos de pontos, não houve uma diferença".
- O índice da percepção de corrupção foi elaborado pela Transparência como forma de medir como cada país é visto pela comunidade internacional. Quanto mais transparente o governo é, mais bem classificado ele aparece no ranking da entidade.
Na classificação da Transparência Internacional, o Brasil está empatado com Bulgária, Grécia e Itália. África do Sul (44 pontos), Cuba (46 pontos) e Arábia Saudita (49 pontos) estão em situação mais confortável do que o Brasil. No fim da fila estão Coreia do Norte e Somália, considerados os mais corruptos do mundo, com 8 pontos cada.
No topo da lista, os países vistos como tendo a melhor imagem são Dinamarca (92 pontos), Nova Zelândia (91 pontos) e Finlândia (89 pontos). Estados Unidos (74 pontos) aparecem apenas na 17ª colocação.
Petrobras
Para a entidade, os repetidos escândalos no Brasil "são o reflexo do elevado grau que a corrupção representa como problema no país". O caso da Petrobrás e as ligações com empreiteiras e partidos chamam a atenção da entidade.
- A percepção é de que existe uma elite política ligada a uma parte da elite econômica para extrair recursos públicos. A imagem é de um matrimônio - declarou Salas. - O caso da Petrobrás coloca em evidência uma série de problemas do país - complementou.
Transparência Internacional
Brasil melhora três posições em ranking mundial de corrupção
País passou da 72ª colocação no ano passado para a 69ª neste ano
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