O esconderijo de dois irmãos apontados como mandantes de um triplo homicídio, ocorrido em 2020 no bairro Cohab, em Passo Fundo, foi localizado pela Polícia Civil no fim da tarde de segunda-feira (14). Eles estavam em uma propriedade rural de difícil acesso em Cazuza Ferreira, no interior de São Francisco de Paula.
Os agentes montaram cerco no local e conseguiram capturar Fernanda Rizzotto. Já o irmão dela, Claudiomir Rizzotto, fugiu para a mata. Os policiais passaram a noite de segunda no local e as buscas prosseguiram durante a terça-feira (15), com apoio de demais delegacias da região e da Brigada Militar (BM).
De acordo com a delegada Daniela de Oliveira Mineto, a procura ao suspeito deve continuar. Com isso, as forças de segurança da região da Serra estão em alerta e trabalhando conjuntamente com a Polícia Civil de Passo Fundo.
— A Polícia Civil agora vai trabalhar com novos dados coletados a partir do êxito na localização do esconderijo do casal de irmãos — afirma a delegada.
Conforme informações de GZH Passo Fundo, a presa, indiciada como uma das responsáveis pelo triplo homicídio, estava foragida junto com o irmão há quatro anos. Conforme a polícia, o trabalho de inteligência para a captura dos foragidos foi intensificado após aparição dos irmãos em reportagem veiculada em rede nacional.
Fernanda foi conduzida inicialmente à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Caxias do Sul. Após, foi levada para Passo Fundo, onde prestou depoimento, sendo encaminhada logo depois ao Presídio Regional da cidade.
Entenda o caso
Em 19 de maio de 2020, três pessoas da mesma família foram encontradas mortas dentro de casa, no bairro Cohab. As vítimas — Alessandro dos Santos, 35 anos, a filha Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos e a tia da adolescente, irmã da mãe de Kétlyn, Diênifer Padia, 26 anos — morreram por asfixia.
A investigação revelou que o alvo do assassinato era Diênifer e que Alessandro e Kétlyn foram mortos porque estavam no mesmo local. Eleandro Roso, 44 anos, seria um dos mandantes e cumpre pena de 69 anos e seis meses de reclusão. Ele é dono de uma propriedade de suinocultura em Casca, onde Diênifer trabalhou por três anos. Além de ex-chefe da vítima, é também pai da filha mais nova. Roso e Diênifer tiveram um relacionamento extraconjugal que só veio à tona após o nascimento da criança.
A polícia apurou que, com a chegada da bebê, Diênifer foi demitida, mas manteve relacionamento com Roso. Ela teria feito algumas exigências a ele. Roso deu uma casa para ela e a família – residência onde o crime aconteceu – e um cartão de crédito para arcar com as despesas da bebê.
Fernanda Rizzotto, a mulher presa no interior de São Francisco de Paula, é esposa de Roso. Segundo a investigação, ao descobrir a traição do marido, Fernanda passou a ameaçar Diênifer e pediu ao irmão, Claudiomir Rizzotto, que está foragido, para que encontrasse alguém que tirasse a vida de Diênifer.
Rizzotto, então, contata o ex-policial militar Luciano Costa dos Santos e, segundo a investigação, faz a encomenda do crime. A investigação indicou que o ex-PM contratou dois homens para executar o triplo homicídio. Luciano foi condenado a 44 anos de prisão.