O Ministério Público (MP) arquivou o caso do homem que sobreviveu a intoxicação de monóxido de carbono, em março, em Vacaria. Maique Santos da Silva, 31 anos, havia sido indiciado pela Polícia Civil pela morte da companheira dele, Cíntia de Moraes Costa, 36 anos, e das filhas dela, Ana Júlia Costa da Silva, 15, Cintia Maria Costa da Silva, 11, e Samara Costa da Silva, três. A família foi intoxicada pelo gás liberado por um gerador de eletricidade movido a gasolina.
Segundo o MP, houve o entendimento de que não havia elementos para culpa exclusiva de Silva ou alguma responsabilidade com dolo por parte dele. Conforme a nota, "não havia como atribuir a esta pessoa a colocação de um gerador dentro da residência que produzia monóxido de carbono". O arquivamento ocorreu em 10 de julho. Anteriormente, para a Polícia Civil, em abril, o caso foi concluído como homicídio culposo majorado. Agora, com a decisão da Promotoria, não será oferecida denúncia para a Justiça.
Além de mãe, filhas e Silva, também estavam na casa Vitória Costa da Silva, sete, e Elias Costa Costa da Silva, nove. Os três sobreviventes ficaram nove e 23 dias hospitalizados respectivamente.
Casa onde família morava foi demolida
Outro desdobramento recente do caso ocorreu nesta terça-feira (10): a casa onde ocorreu a intoxicação de mãe e das três filhas foi demolida. A estrutura, que ficava na Rua Noel Rosa, no bairro Vitória, pertencia ao governo federal e era invadida por moradores irregulares há anos.
A autorização para a demolição foi dada via Diário Oficial da União, publicado na segunda-feira (9), após um pedido feito pelo poder público municipal. Em julho foram registrados incêndios na residência.
Relembre
- Na manhã de 10 de março, Jonas Borges de Oliveira, 32, chegou na casa da namorada, Ana Júlia Costa da Silva. A adolescente morava com a mãe, Cíntia de Moraes Costa, cinco irmãos e o padrasto, Maique Santos da Silva.
- Ele estranhou a demora da família para abrir a porta e conseguiu entrar na casa pela janela, quando encontrou todos desacordados. Jonas chamou os socorristas e a Brigada Militar (BM). Quando as equipes chegaram, Cíntia, a mãe da família, já estava morta.
- Os filhos e o companheiro dela foram encaminhados ao Hospital Nossa Senhora da Oliveira (HNSO), em Vacaria. Samara Costa da Silva, Cintia Maria Costa da Silva e Ana Júlia Costa da Silva morreram no mesmo dia na instituição de saúde.
- Vitória Costa da Silva e Elias Costa Costa da Silva, além de Maique, foram hospitalizados e chegaram a ser transferidos para Santa Maria, mas receberam alta no dia 1º de abril. Maique deixou o hospital no dia 18 de março.
- Na casa, a polícia encontrou um gerador de eletricidade movido a gasolina. Esse equipamento costumava ficar do lado de fora da moradia. A investigação apontou que as vítimas sofreram intoxicação por monóxido de carbono gerado pela queima da gasolina do gerador.
- Em abril, a Polícia Civil concluiu que houve crime de homicídio culposo majorado. No entendimento do delegado responsável pelo caso, Anderson Silveira de Lima, durante as investigações ficou constatada negligência, visto que o gerador deveria ter sido desligado, e imprudência, pela obrigação de não ligar o equipamento dentro de casa.
- No dia 10 de julho, o Ministério Público (MP) arquivou o caso. Segundo o MP, não havia elementos para culpa exclusiva de Silva ou alguma responsabilidade com dolo por parte dele.
- Nesta terça-feira (10), a casa onde ocorreu a intoxicação foi demolida. A estrutura, que ficava na Rua Noel Rosa, no bairro Vitória, pertencia ao governo federal e era invadida por moradores irregulares há anos.