O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS) denunciou, nesta terça-feira (2), seis integrantes de uma organização criminosa com sede na Serra gaúcha que foram alvo da Operação Contas Abertas, deflagrada no dia 14 de junho em cinco cidades gaúchas e em mais três estados. Os investigados seriam os responsáveis pela defesa armada do grupo e foram responsabilizados por organização criminosa, comércio ilegal de arma de fogo e posse de arma com numeração suprimida.
Ao todo, 26 pessoas foram denunciadas em três etapas: nesta terça-feira e nos dias 26 e 28 de junho. Os outros 20 suspeitos foram responsabilizados por organização criminosa, tráfico de entorpecentes, financiamento e custeio ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao todo, 32 pessoas foram presas somente no primeiro dia da operação. Posteriormente, ocorreram mais duas etapas: dia 20 de junho, quando foram realizadas revistas em duas casas prisionais de Caxias do Sul, e no dia 17, quando houve uma revista no Presídio Regional de Pelotas.
De acordo com o promotor de Justiça Manoel Antunes, coordenador do 5º Núcleo do Gaeco/Serra, a investigação, que culminou em três etapas da Operação Contas Abertas, tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas de uma organização criminosa gaúcha. Mais de 270 contas bancárias foram bloqueadas e dezenas de veículos e celulares apreendidos até o momento.
Relembre as etapas da Contas Abertas
- Primeira etapa: deflagrada no dia 14 de junho, também foi coordenada pelo promotor de Justiça Manoel Antunes e resultou em 32 prisões, 25 veículos e cinco imóveis apreendidos judicialmente, além do bloqueio de 274 contas bancárias. Cerca de 400 agentes cumpriram as ordens judiciais, incluindo cerca de 50 mandados de busca em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, São Valentim do Sul, Guaporé e Barros Cassal, além de outros em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Também ocorreu uma revista geral na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves e o cumprimento de mandado judicial na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde, segundo o Ministério Público, se encontra um dos líderes do esquema criminoso.
- Segunda etapa: ocorreu no dia 17 de junho, no Presídio Regional de Pelotas, e foi coordenada pelo promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, do 10° Núcleo do Gaeco/Sul. Foram apreendidos dois celulares e outros materiais ilícitos durante revista na cela de um alvo que estava detido no presídio devido à medida judicial após afastamento dele de um presídio da Serra. Conforme o MP, este apenado teve um mandado de prisão preventiva cumprido contra ele.
- Terceira etapa: deflagrada no dia 20 de junho, na Penitenciária do Apanhador e no Presídio Regional de Caxias do Sul. Com apoio do Grupo de Intervenção Rápida da Superintendência dos Serviços Penitenciários (GIR/Susepe), houve uma revista nas casas prisionais, onde foram apreendidos 41 celulares com carregadores e chips, entre outros acessórios eletrônicos, 95 gramas de cocaína, 66 gramas de maconha, 168 comprimidos de droga sintéticas, 16 litros de bebida alcoólica, 20 armas brancas, cerca de R$ 5,5 mil.