Caxias do Sul começou 2024 com três homicídios, registrados até a tarde desta sexta-feira (5). Os primeiros casos do ano chamam a atenção porque no início de 2023 também houve uma sequência de crimes contra a vida. Segundo dados compilados pela reportagem do Pioneiro, Caxias fechou o ano passado com uma elevação nos índices criminais. Foram 96 assassinatos ao longo dos 12 meses, contra 77 em 2022. Somente nos dois primeiros meses do ano passado, aconteceram 24 mortes. Segundo o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), Ricardo de Moreira Vargas, aquele período foi decisivo para que o ano fechasse com mais mortes do que 2022.
De acordo com Vargas, com a intenção de evitar essa elevação inicial também em 2024, as forças de segurança entraram em operação para estancar o número de mortes.
— Já tivemos nesta manhã de sexta uma reunião com as polícias Civil e Penal da cidade para alinhar medidas. Em paralelo a isso, ainda na madrugada o 4º Batalhão de Choque e a Força Tática já adentraram no bairro Planalto e fazem a saturação (controle) dos pontos para sufocar o tráfico de drogas. Temos que estar na área que eles atuam — explica Vargas.
Segundo o comandante, já foi possível identificar que duas das três mortes deste início de ano estão ligadas à disputa por território para a venda de drogas entre duas facções atuantes na cidade. Vargas destaca que as saídas de detentos do sistema prisional durante as liberações de final de ano também podem estar relacionadas.
Três homens mortos
O caso mais recente de homicídio aconteceu por volta das 21h de quinta-feira (4). Um jovem de 18 anos, identificado como Breno Henrique Vieira Amorim, conhecido como Baiano, foi baleado na Rua Maestro Heitor Villa-Lobos, no bairro Planalto. Ele chegou a ser socorrido ao hospital, onde morreu. Conforme a Brigada Militar, o rapaz levou cerca de 10 tiros. Ele tinha no bolso um revólver calibre .32. No histórico, o jovem, nascido em Salvador (BA), tinha antecedentes por tráfico de drogas e receptação.
O primeiro homicídio do ano em Caxias do Sul aconteceu no início da tarde de quarta-feira (3). Valderez Girardi foi morto a tiros na Avenida Santa Fé, quase esquina com a Rua Dos Ourives, dentro de uma revenda de veículos. De acordo com a Brigada Militar, ele recebeu um homem supostamente interessado na compra de um veículo e foi executado a tiros.
No segundo dia do ano, terça-feira (2), por volta das 21h40min, Claudio Guedes, 45 anos, foi atingido por disparos no peito e no braço. Ele estava em um bar na Rua dos Ourives, no bairro Santa Fé. A companheira do homem baleado foi presa em flagrante por posse de drogas. Guedes morreu no hospital na quinta-feira (4).
Avaliação dos dados
Segundo levantamento da reportagem do Pioneiro, Caxias fechou o ano passado com 96 mortes violentas, contra 77 vidas perdidas em 2022, o que representa um aumento de 24%. Nesta conta estão somados homicídios, feminicídios, latrocínios, confrontos com a polícia e lesões seguidas de morte.
De acordo com Vargas, o aumento de um ano para o outro seria devido ao acréscimo de mortes no começo de 2023. Janeiro e fevereiro registraram 12 assassinatos. O comandante ainda ressalta que a média histórica contabilizada pela Brigada Militar seria de sete crimes por mês. Portanto, com 24 registrados em apenas dois meses, foi difícil dar continuidade aos baixos patamares vistos em 2022.
O comandante explica ainda que a polícia faz uma conta relacionando o número de mortes a cada 100 mil habitantes. Segundo Vargas, Caxias fechou o ano passado com 21 vidas perdidas a cada 100 mil habitantes, o que é considerado dentro dos padrões para o tamanho da cidade. Para fins de comparação, Porto Alegre tem quase 25 mortes a cada 100 mil moradores.
Ações ao longo de 2023
O comando também divulgou um balanço do trabalho realizado pelo 12º BPM em 2023. Os números abrangem diferentes tipos de crimes, mas que auxiliam na redução de assassinatos. Confira: