Uma jovem foi assassinada a tiros no começo da noite de domingo (1º) em Vacaria. A vítima de feminicídio é Eduarda Oliveira de Vargas, 20 anos. Natural do município, a jovem chegou a ser socorrida, mas morreu no Hospital Nossa Senhora da Oliveira. O autor do crime, o namorado dela de 22 anos, foi preso em flagrante em frente à instituição de saúde para onde ela foi levada após ser baleada.
De acordo com informações da Polícia Civil, o crime aconteceu por volta das 18h em uma casa no bairro Vêneto. Ainda conforme a polícia, com base em provas coletadas no local do crime, Eduarda se trancou em um quarto e o namorado, que estava armado, atirou contra a porta desse quarto. O tiro atravessou a porta e atingiu Eduarda no tórax. Ainda conforme a polícia, o autor e a vítima estavam namorando há dois meses.
A ex-cunhada e madrinha da filha de Eduarda, Grasiela de Lima Raquel, 38, conta que a jovem era alegre e se preocupava com o futuro da filha.
—Ela era uma menina incrível , uma supermãe e protetora. Estava sempre cuidando e zelando pela filha. Eu conheci a Eduarda quando ela começou a namorar meu irmão. Ela estava sempre alegre. Eles foram morar juntos em 2019 e ela engravidou da minha sobrinha. Eu estou desolada — desabafa Grasiela.
Eduarda estava separada há cerca de sete meses e, há uns dois meses, em uma conversa com a amiga fez uma confissão:
— Ela me disse que se acontecesse algo com ela, confiaria só em mim para cuidar da minha afilhada. Eu não acredito que ela tivesse medo desse rapaz, até porque conhece ele também desde pequeno, mas ela me disse que confia em mim.
Mãe de duas filhas, Graziela se emociona ao lembrar do pedido de Eduarda:
— Hoje eu entendo porque essa conexão minha com ela, nós tínhamos um propósito, de eu cuidar da filha dela.
O velório da jovem está programado para as 13h30min desta segunda-feira (2) na Sala C da Capelas Sagrada Família. O sepultamento será às 17h no Cemitério Santa Clara, em Vacaria.
Prevenção ao feminicídio
- Se estiver sofrendo violência psicológica, moral ou mesmo física, busque ajuda imediatamente. Não espere a violência evoluir. Converse com familiares, procure unidades de saúde, centros de referência da mulher ou a polícia. É possível acessar a Delegacia Online da Mulher
- Caso saiba que alguma mulher está sofrendo violência doméstica, avise a polícia. No caso da lesão corporal, independe da vontade da vítima registrar contra o agressor, dado a gravidade desse tipo de crime
- Se estiver em risco, procure um local seguro. Em Porto Alegre, por exemplo, há três casas aptas a receberem mulheres vítimas de violência doméstica
- Siga todas as orientações repassadas pela polícia ou pelo órgão onde buscar ajuda (Ministério Público, Defensoria Pública, Judiciário)
- No caso da lesão corporal, o exame pericial para comprovar as agressões é essencial para dar seguimento ao processo criminal contra o agressor. Procure realizar o procedimento o mais rápido possível
- Caso passe por atendimento em alguma unidade de saúde, é possível solicitar um atestado médico que descreva as lesões provocadas
- Reúna todas as provas que tiver contra o agressor, como prints de conversas no telefone. No caso das mensagens, é importante que apareça a data do recebimento
- Se tiver medida protetiva, mantenha consigo os contatos principais para pedir ajuda. A Brigada Militar mantém em pelo menos 114 municípios unidades da Patrulha Maria da Penha que fiscalizam o cumprimento da medida
- Se tiver medida protetiva e o agressor descumprir, comunique a polícia. É possível acionar a Brigada Militar, pelo 190, ou mesmo registrar o descumprimento por meio da Delegacia Online. Descumprimento de medida pode levar o agressor à prisão
Fonte: Polícia Civil e Poder Judiciário do RS
Onde pedir ajuda
Brigada Militar
- Telefone — 190
- Horário — 24 horas
- Serviço — atende emergências envolvendo violência doméstica em todos os municípios. Para as vítimas que já possuem medida protetiva, há a Patrulha Maria da Penha da BM, que fiscaliza o cumprimento. Patrulheiros fazem visitas periódicas à mulher e mantêm contato por telefone
Procure ajuda
Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.
Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).
Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.