A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul deve concluir no fim da próxima semana as investigações sobre as agressões e ameaças a dois meninos, um de 10 e outro de 13 anos, em um mercado em Caxias do Sul. A informação é da titular da DPCA, delegada Thalita Andrich.
Até o momento, o gerente do estabelecimento, apontado como responsável pelas agressões, e os responsáveis pelos meninos prestaram depoimento na Polícia Civil. A criança e o adolescente também foram ouvidos com a ajuda de psicólogos.
O caso ocorreu no dia 11 de março, mas as imagens chegaram ao conhecimento da Polícia Civil na semana passada após uma denúncia anônima. No vídeo, os meninos estão sentados no chão de um mercado. Com uma faca na mão, de pé em frente a eles, um homem, identificado como o gerente do estabelecimento, ameaça os dois. O nome do suspeito de agredir os meninos não foi repassado pela polícia.
O investigado aparece ao lado de outro homem, que seria um funcionário do mercado. O comerciante grita, xinga e ameaça a criança e o adolescente. Em determinado momento, o homem manda o menino mais novo limpar o chão e ordena que ele lamba o piso. Pelas imagens e diálogo do vídeo, a criança teria feito xixi por estar assustada. O homem relata um suposto furto no mercado.
Segundo a delegada que investiga o caso, não há registro de ocorrência de furtos ou roubos no mercado no dia que as imagens foram gravadas.
— O que nos surpreende é que não houve registro de ocorrência, um contato com as autoridades policiais naquele primeiro momento, que haveria flagrante até, de um ato infracional. Esses meninos poderiam ter sido levados para a delegacia de polícia, seriam responsabilizados na medida da sua culpabilidade. Não houve registro por parte dos responsáveis pelo estabelecimento, eles optaram por ter aquela atitude ali presente no vídeo — afirma a delegada.
À RBS TV, o advogado Erivelto Ferreira que representa o gerente, informou que o cliente está prestando esclarecimentos para a polícia. Afirmou também que o gerente não tinha intenção de agredir os meninos, mas dar um um "susto" neles.
O Conselho Tutelar de Caxias do Sul esclareceu que situações de ato infracional envolvendo adolescentes são de atuação dos órgãos de segurança pública, conforme previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A instituição reforçou ainda que não tinha conhecimento da existência do vídeo e que é contrária a todas as formas de violações de direitos.