A região vive uma onda de violência contra mulheres neste início de ano. O caso mais recente é o de Claudete Mausolf, 22 anos, morta com golpes de marreta e facadas no tórax, além de ter sido enforcada com fio de luz, entre a noite de sábado (21) e a madrugada de domingo (22), em Garibaldi. O crime ocorreu no bairro São José, na casa da vítima. Após atendimento da ocorrência pela Brigada Militar (BM) e Polícia Civil (PC), o corpo de Claudete foi encaminhado ao Posto Médico-Legal (IML) de Bento Gonçalves. Este é o quarto caso de feminicídio na Serra somente em 2023.
A Polícia Civil já tem um suspeito para o caso. Segundo o delegado Marcelo Ferrugem, Claudete teria sido assassinada por um homem que não aceitava o fim do relacionamento. O ex-companheiro da vítima procurou a irmã por volta das 5h deste domingo, pois, segundo Ferrugem, ele estaria arrependido do crime e gostaria de se entregar. Ele acabou sendo preso em flagrante na manhã deste domingo (22), na cidade de Barão, por volta das 9h. A identidade do autor do crime não foi divulgada.
Quatro feminicídios em três semanas
Nas primeiras três semanas do ano, quatro mulheres foram assassinadas na Serra Gaúcha. Na noite de sexta-feira (20), uma mulher foi morta com um disparo de arma de fogo no bairro Centenário, em Caxias do Sul. Segundo a Polícia Civil, Ellen Varela da Silva, de 26 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça. Uma testemunha afirmou à polícia que o autor seria o ex-companheiro da vítima.
O primeiro caso do ano ocorreu na madrugada do dia 1º, quando Naiara Ketlin Pereira Maricá, 18, foi estuprada e morta no bairro Esplanada, também em Caxias. O município ainda registrou outra ocorrência, no dia 6. Juliana Denise Ferreira, 39, foi morta a golpes de machado pelo companheiro, João Batista Silva de Souza, 58, que se suicidou na sequência.
O caso de Claudete é a 24ª morte por assassinato registrada na Serra em 22 dias, superando uma morte a cada 24 horas. Além disso, do total de vítimas, sete são mulheres, sendo que três delas morreram em decorrência de roubo e desavenças envolvendo tráfico de drogas.
Em função da onda de crimes contra a vida, autoridades da área de segurança pública buscam, por meio de ações e trocas de informações, conter o alto número de assassinatos neste início do ano.
Casos sem envolvimento com a questão de gênero
- Otilia Correa Boeira, 75 anos, foi morta em Vacaria, no dia 1º de janeiro. Um jovem de 22 anos foi preso por homicídio.
- Raquel dos Santos, 48 anos, foi morta a tiros no bairro Charqueadas, em Caxias, dia 9 de janeiro. Ela foi alvejada por dois suspeitos que estavam em um Renault prata.
- Maria Celeste Pereira da Rosa, 65 anos, foi morta a tiros na Rua Hugo Torquato Argenta, no bairro Fátima, em Caxias. Ela foi surpreendida por três indivíduos, que saíram de um carro, invadiram a residência e dispararam contra ela.