A Polícia Civil de Garibaldi divulgou, na tarde desta quinta-feira (22), os resultados das investigações que identificaram o autor do homicídio de Rodrigo da Silva, 26 anos. O homem foi executado na UTI do Hospital São Pedro na madrugada de 15 de agosto, onde estava em tratamento após ter sido baleado um dia antes. Ele deu entrada com um tiro nas costas.
As imagens do circuito de segurança cedidas pelo hospital e o trabalho de papiloscopia do Instituto-Geral de Perícias (IGP) foram fundamentais para a prisão preventiva de Moisés Pereira da Veiga, 37.
As cenas mostram o homem após entrar pelo vão da porta dos fundos do hospital. Em seguida, ele caminha pelo corredor procurando o quarto do alvo. Força uma porta de vidro para ter acesso ao quarto e, ao localizá-lo, atira diversas vezes. De acordo com o delegado Clovis Rodrigues de Souza, o autor do homicídio está detido no Presídio Estadual de Bento Gonçalves e será indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
O crime ocorrido em um quarto da UTI do Hospital São Pedro tem relação com a morte de Paulo Reuhs, 56. Em 8 de agosto, Reuhs foi morto após se colocar à frente dos disparos que atingiriam a filha de Veiga no interior de uma residência na Rua Jacarandá, no bairro Bela Vista I. O autor da atentado era, de acordo com a polícia, Rodrigo da Silva que, sete dias depois teria sido surpreendido na casa da namorada por disparos efetuados por Veiga. Ocasião em que Silva foi levado ao hospital.
O motivo da desavença entre os dois não foi esclarecido pela Polícia Civil que entende como vingança o motivo pelos crimes e confirma que a intenção de Silva no atentado que tirou a vida de Reuhs era matar Veiga.
— O Paulo Reuhs não possuía ficha criminal e morreu de forma heróica para proteger a filha de Veiga — afirmou o delegado Clovis.
Após ser identificado, Veiga foi encaminhado à Delegacia e confessou ter matado Rodrigo da Silva. Veiga é parente de Reuhs e morava em uma casa nos fundos à dele, também com acesso à rua e ligação entre os pátios.
Impressão digital levou ao autor
Nas imagens cedidas pelo Hospital São Pedro, a inteligência da Polícia Civil flagrou o momento em que o autor dos disparos tenta acessar um quarto para a fuga e coloca as mãos no vidro da porta. O IGP coletou as amostras das impressões digitais que comprovaram ser de Veiga. Sua altura, de 1m59cm, também foi comprovada por meio de imagens, quando passa ao lado de uma porta. A impressão digital do polegar esquerdo e as característica do, até então suspeito, foram comparadas a ficha dele junto à Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) o que levaram à prisão. Antes de ser indiciado por este crime, Veiga cumpriu pena por tráfico de drogas.
Hospital São Pedro reforça a segurança
Presente na coletiva de imprensa desta quinta-feira o administrador do São Pedro, Jaime Kurmann, confirmou que o vão da porta nos fundos da instituição, por onde Veiga acessou o Hospital, já foi fechado e tratou o fato como um caso isolado. Fundamental para as investigações, o monitoramento por imagens tinha sido instalado ainda em janeiro.
— Tomamos algumas medidas, apesar de ter 2,5m, reforçamos a porta por onde ele pulou. Nosso hospital gira mais de seis mil atendimentos por mês, então, entra muita gente, mas tratamos como um fato isolado e tomamos providências principalmente nos fundos do hospital. Termos imagens em cada leito de UTI, isso foi decisivo.