Os autores de um dos crimes de grande repercussão em Caxias do Sul nos últimos anos serão julgados nesta quarta-feira (10). João Carlos da Rosa Gomes, 67 anos, e Mirto Gritti, 57, são acusados de envolvimento no assassinato de Luciano Vargas Silva, 45 anos, que teve o corpo esquartejado em 1º de agosto de 2017. O julgamento está previsto para se iniciar às 9h. Serão ouvidas 11 testemunhas, portanto, há expectativa de que o plenário dure mais de um dia.
O crime movimentou a cena policial à época, pois Silva foi assassinado e teve o corpo cortado em pedaços. Partes do cadáver foram encontradas dentro de sacos plásticos em um contêiner de lixo da Rua Sinimbu, no bairro São Pelegrino, na madrugada 2 de agosto.
Não foram encontradas a cabeça ou as mãos da vítima. Foi uma carta de baralho espanhol (Às de espada), tatuada num antebraço achado no lixo, que levou à identificação do santa-mariense, conhecido como Pig.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o assassinato ocorreu na manhã do dia 1º de agosto de 2017 na Rua José Corte, no bairro Desvio Rizzo. Gomes, açougueiro e ex-sogro de Silva, teria discutido com a vítima. Na confusão, Gritti, que era locador da casa em que o crime ocorreu, golpeou Silva com um pedaço de pau na cabeça. Na sequência, Gomes pegou uma faca e apunhalou o ex-genro.
Para ocultar o crime, o açougueiro utilizou uma motosserra para esquartejar a vítima, segundo a denúncia. Para o MP, o homicídio foi cometido por meio cruel e motivo torpe. A acusação aponta ainda que os acusados agiram por vingança e desforra, uma vez que Silva ameaçava delatar Gomes e a mulher dele, ex-sogra de Silva, para as autoridades policiais — o casal era procurado por estelionato.
A reportagem tentou contato com a defesa de Gomes, mas não teve sucesso, via telefone. O advogado Ivandro Feijó, que representa Gritti, diz que a principal linha de defesa é a negativa de autoria do crime, como já ocorreu em toda a fase processual.