A Operação Teiniaguá prendeu 22 pessoas na manhã desta quinta-feira (10) no Rio Grande do Sul e no estado do Mato Grosso do Sul em uma ação que envolveu 180 oficiais para cumprir 22 mandados de prisão preventiva e 28 de busca e apreensão. Durante coletiva de imprensa na Delegacia de Polícia Federal em Caxias, o chefe da PF na cidade, Claudino Sebaldo Alves de Oliveira e o coordenador da ação, Noerci Melo, afirmaram que os comandantes executavam as ordens de dentro da Penitenciária Estadual de Caxias do Sul, localizada no Apanhador; da Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves e da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
No estado, o alvo foram os municípios da Serra de Caxias do Sul, Farroupilha e Bento Gonçalves, além das cidades de Sapiranga, Campo Bom, Parobé, Taquara, Lajeado e Charqueadas. No estado sul mato-grossense a cidade de Ponta Porã integra a lista de locais abordados.
Conforme Melo, são dois líderes no presídio de Caxias, dois em Bento e outro na Pasc. Além disso, um sexto estava foragido e foi detido nesta quinta-feira em Lajeado. Ele havia obtido o direito de cumprir pena em regime semiaberto com o uso de tornozeleira eletrônica há apenas 10 dias após passar 11 anos preso. A droga entrava do Paraguai ao Brasil por Ponta Porã (MS) para, depois, ser transportada à Serra , onde era preparada e aumentada em proporções de três para um para então ser distribuída por uma rede integrada ao tráfico. Dos 22 presos, 15 são homens e sete mulheres.
— Percebemos que o tráfico passou a ser comandado por líderes que estão em presídios e passamos a monitorar essa organização criminosa culminando com a prisão dos principais líderes. Essa organização trouxe para a Serra e grande Porto Alegre mais de uma tonelada e meia de cocaína e distribuiu. Mandou para o exterior pelo menos R$ 25 milhões como pagamento — afirma.
Também são cumpridas 11 ordens judiciais de sequestro de veículos e imóveis de propriedade dos investigados. Cinquenta e sete contas bancárias foram bloqueadas de pessoas físicas e jurídicas por serem utilizadas para movimentar dinheiro de origem ilícita. Os valores serão contabilizados após o cumprimento das medidas judiciais, segundo a Polícia Federal.
Os investigados responderão pela prática dos crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e homicídio.