Seis anos depois, o assassinato do metalúrgico Ivanildo José Araldi, 43 anos, irá para julgamento. Os acusados são o réu confesso Cleverson Alves de Moura, 30, e a esposa da vítima, Roseli de Fátima Pedroso, que teria planejado a morte. O júri estava marcado para esta segunda-feira (14), mas foi adiado para quinta-feira (17) por solicitação da defesa de Roseli, que pediu mais tempo para estudar o processo e poder levar testemunhas que não foram localizadas. Os réus são acusados de homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e ocultação de cadáver.
O metalúrgico desapareceu no início da noite de 11 de dezembro, quando foi abordado na porta de casa por dois homens armados no Loteamento Paiquerê, na região do bairro São Vitor Cohab. Inicialmente, o caso aparentava ser um assalto. O veículo da vítima, uma EcoSport, foi depenado e abandonado em São Leopoldo. O corpo de Araldi foi encontrado por um agricultor no dia 3 de janeiro, na zona rural de Caxias do Sul .
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), no dia do crime, Roseli buscou a filha na escola, o que geralmente era feito pelo marido. Araldi, então, estaria sozinho no momento do ataque. Moura e outros dois comparsas, que não foram identificados na investigação, prepararam a emboscada na frente da casa da vítima. Araldi foi rendido com uso de arma de fogo, colocado no banco de trás do carro e levado até a estrada velha para Flores da Cunha, na área rural de Caxias do Sul. A vítima foi obrigada a desembarcar em uma área de densa vegetação e foi morto com um tiro na nuca.
Moura foi preso no dia 5 de janeiro de 2015, no bairro Parque Oásis, após a Brigada Militar receber uma denúncia anônima. O relato apontava que o assassino do metalúrgico era um homem que se chamava Cleverson e que tinha como apelido Moranga. Moura foi preso em frente a uma residência em que se escondia e confessou o crime. Na noite daquele mesmo dia, Roseli foi presa temporariamente pela Polícia Civil como suspeita de ser a mandante da morte do marido.
Sobre a motivação do assassinato, a denúncia aponta que Roseli desejava terminar a relação. Por isso, planejou o homicídio - o que é considerado um por motivo torpe e motivo para aumento de pena. Moura aceitou executar o assassinato e, como pagamento, ficaria com o automóvel da vítima. O MP ressalta que Moura é reincidente, com condenações por roubos e resistência.
Durante interrogatório, Moura confessou o homicídio. O réu relatou que conheceu Roseli dias antes dos fatos e alegou que o crime foi por amor. O réu também disse que ficou com o carro da vítima e o vendeu em São Leopoldo.
Roseli, por sua vez, permaneceu em silêncio durante o interrogatório. Ela permaneceu detida de janeiro até agosto de 2015, sendo liberada para responder o processo em liberdade. Moura permaneceu em prisão preventiva e está recolhido na Penitenciária Estadual do Jacuí.