Um exame de DNA identificou quem era o homem esquartejado que foi encontrado dentro de uma mala em Farroupilha em outubro. Djonata Buzin, 29 anos, não era morador da região e possuía uma extensa ficha policial por crimes contra o patrimônio e tráfico de drogas nas cidades de Três Coroas e Taquara, segundo a polícia. A suspeita é de que ele tenha vindo para a Serra a mando de uma facção, pouco tempo depois de receber a liberdade condicional. Para a Polícia Civil, Buzin foi morto em uma chácara na Linha Rio Burati, onde quatro criminosos morreram em confronto com a Brigada Militar (BM). O crime fez parte da guerra pelo tráfico de drogas que elevou o número de assassinatos na Serra em outubro.
O esquartejamento foi descoberto no início da noite de 28 de outubro, quando uma testemunha sentiu um forte cheiro vindo de um matagal às margens da RS-453, perto da ponte sobre o Rio Burati. Os pedaços do corpo foram embalados em sacos plásticos pretos e colocados dentro da mala. A cabeça da vítima nunca foi encontrada. Uma informação coletada na investigação apontava que o plano da facção era jogar a cabeça dentro da penitenciária de Bento Gonçalves, o que não aconteceu.
A investigação ainda aponta que este crime é muito semelhante à morte do motoboy Bruno da Costa, 22 anos, que desapareceu em Bento Gonçalves no dia 29 de outubro. O corpo dele foi encontrado dentro de um carro incendiado no interior de Carlos Barbosa. Já a cabeça do rapaz foi localizada, com dois dedos, dentro de um saco de supermercado no bairro Santa Fé, em Caxias do Sul. Diversos vídeos do esquartejamento do motoboy circularam por redes sociais, uma estratégia utilizada por facções para ameaçarem seus rivais.
— Os vídeos foram feitos dentro desta casa (na Linha Rio Burati). Os criminosos agiram da mesma foram nos dois casos: serrando e esquartejando o corpo. Também há a proximidade (da casa) com o local que a mala foi encontrada. Tudo indica que os autores são os mesmos — aponta o delegado Rodrigo Morale.
A investigação sobre o assassinato de Buzin está em andamento. A Polícia Civil aguarda por perícias e algumas diligências, e não descartada que outros criminosos possam ter participado do esquartejamento. A investigação não deixa dúvidas deste contexto das disputas entre as facções.