A Polícia Civil realizou na manhã desta quarta-feira (26) uma operação em cinco municípios gaúchos para prender integrantes de uma quadrilha responsável pelo ataque com explosivos ao Banco do Brasil de Canguçu, no sul do Estado, em julho deste ano. Na ocasião, os bandidos deram vários tiros para o alto em frente à agência, provocaram um apagão em parte da cidade e incendiaram veículos na fuga, inclusive um caminhão, para prejudicar as buscas da polícia.
O principal alvo desta ação é Adelar Corrêa, que foi preso em Farroupilha, na Serra. Outro envolvido ainda não foi localizado e os demais já estavam presos após outro assalto a banco no mês de agosto. Adelar também é apontado por vínculo com José Carlos dos Santos, o bandido Seco, preso na década passada por ataques a carros-fortes e transferido para presídio federal no ano passado na Operação Pulso Firme. O mesmo grupo também é investigado por uma sequência de cinco roubos a bancos logo após o ataque em Canguçu. Treze suspeitos são investigados.
A Delegacia Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga os suspeitos há três meses e informa que vários integrantes já estão presos. Nesta quarta, foram reunidos 40 policiais para prender o restante do bando e também para atribuir a suspeitos presos por outros roubos mandados judiciais pelo ataque na zona sul do Estado. Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e sete de busca em Farroupilha, Santo Ângelo, São Miguel das Missões, Cerro Largo e Eugênio de Castro. Além destas cidades, em Lajeado, foi cumprido um mandado de busca em Lajeado na última segunda-feira.
A ação desta manhã faz parte de uma grande ação nacional, a operação "Midas", contra roubos e latrocínios.
Sequência de roubosO delegado João Paulo de Abreu, responsável pela investigação, diz que pelo menos cinco bandidos explodiram dois caixas eletrônicos em Canguçu, tentaram roubar o cofre e efetuaram diversos tiros na frente do banco no dia 5 de julho. Além disso, as explosões provocaram apagão em parte da cidade. Na fuga, usaram dois carros e incendiaram um deles, além de um caminhão para prejudicar as buscas da polícia.
Na sequência a este crime e em datas diversas, ocorreram outros roubos a estabelecimentos bancários com uso de explosivos vinculados à mesma organização criminosa. Segundo Abreu, o grupo atacou agências em Farroupilha e Arroio do Padre no dia 21 de julho, novamente em Farroupilha no dia 28 de julho, na ocasião um caixa eletrônico em posto de combustíveis. Logo após, dia 31 de julho, em São Valério do Sul, explodiram terminais na Câmara de Vereadores e depois em Dilermando Aguiar, já no mês passado, dia 8 de agosto, quando na ocasião parte da quadrilha foi presa por brigadianos e policiais civis. Ao todo, seis foram presos e com isso o Deic conseguiu identificar outros suspeitos e atribuir a eles todos os seis roubos a bancos com uso de explosivos entre julho e agosto deste ano.
Investigados
O delegado Abreu diz que 13 suspeitos foram apontados por envolvimento na organização criminosa, mas apenas seis são suspeitos de atacar banco e provocar apagão em Canguçu.
— Todos têm alguma ligação direta ou indireta em vários fatos, mas estamos apurando. Certo é que a Justiça autorizou a prisão de seis deles — diz Abreu.
A polícia informa que ainda está foragido Anderson da Silva Fonseca. Além de Adelar, preso nesta quarta em Farroupilha, também tiveram mandado de prisão, mas já haviam sido detidos anteriormente: Denis Wengel Angeretti, Ilson Ferreira Alves, Jean Abel Avello e Agostinho Justakoski. Este último, segundo o Deic, seria o principal líder da quadrilha.