Terminou às 18h desta quinta-feira a primeira audiência sobre o rapto, estupro e assassinato de Naiara Soares Gomes, menina de sete anos que desapareceu quando seguia para a escola em Caxias do Sul. O réu Juliano Vieira Pimentel de Souza, 32 anos, que permaneceu de cabeça baixa durante toda a audiência, optou por permanecer em silêncio. Como o caso corre em segredo de Justiça, a imprensa não pôde acompanhar o procedimento.
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O processo agora será analisado pela juíza Milene Rodrigues Fróes Dal Bó, que deve proferir a sentença de pronúncia, definindo se o réu irá ou não à júri popular. A expectativa é que o processo leve mais um ano para ter um desfecho.
Souza está recolhido no isolamento da Penitenciária Estadual de Canoas 2 (Pecan 2) e esta é a primeira vez que ele volta a Caxias do Sul desde sua prisão, em 21 de março. O réu chegou ao fórum por volta das 14h e, algemado, foi conduzido por uma porta lateral do estacionamento. Nos 20 segundos que ficou à vista, ele foi alvo de xingamentos proferidos por um grupo de 15 manifestantes.
O baixo número de pessoas presentes para protestar não surpreendeu. A própria família de Naiara já havia manifestado que não pretendia participar e pedia para que fosse evitado qualquer tumulto, o que poderia prejudicar o andamento do processo.
Segredo de justiça
Os atos processuais, em regra, são públicos, mas alguns processos são determinados por lei para que tramitem em segredo de Justiça. É o caso de crimes sexuais e que envolvem menores de idade. Desta forma, as informações sobre o andamento do caso Naiara estão limitados às partes envolvidas _ acusação e defesa. O advogado da família de Naiara, Matheus Bertaiolli Rodrigues, lembra que já houve um vazamento de informação que trouxe muita dor à família, quando ocorreu o encontro do cadáver.
Os poucos os detalhes divulgados sobre o andamento do processo foram divulgados e as partes evitam se manifestar. A promotora Sílvia Regina Becker Pinto representou o Ministério Público (MP) na audiência de ontem.
A defesa é feita pelos defensores públicos Mário Rheingantz, de Sapucaia do Sul, e Willian Bolfoni, de Campo Bom. A designação de defensores de fora da cidade foi solicitada pela Defensoria Pública de Caxias do Sul em razão da comoção pública do caso.