Julho ficou marcado pelas frentes frias e seu final não poderia ser diferente, pois o mês termina com temperaturas negativas, muita geada e a chance de neve por mais de um dia consecutivo.
Uma grande frente fria avança sobre o Brasil e está associada a uma massa de ar polar que vai derrubar as temperaturas em todo o Rio Grande do Sul. A frente fria também está relacionada a um ciclone extratropical, que será importante para a ocorrência da neve e de outras precipitações de inverno como a geada e a chuva congelada.
Antes da chegada do frio, a frente fria que chega nessa segunda-feira (26), traz chuva para a Serra gaúcha. O volume não deve ser muito expressivo e será acompanhado de ventos fortes. De acordo com Fabio Luengo, meteorologista da Somar, o vento será mais forte no Litoral Norte, onde as rajadas estarão concentradas. Na região da Serra, os ventos devem chegar a 30 km/h.
Após a passagem da frente fria, a massa de ar polar invade o país entre terça (27) e quarta-feira (28) trazendo frio extremo em algumas regiões, neve, geada e geada negra, congelamento e sensação térmica muito baixa. Há previsão de geada ampla em praticamente todo o Estado, que certamente vai causar mais prejuízos para a agricultura, já abalada por duas frentes frias em sequência e pela falta de chuva.
Segundo Luengo, além da geada ampla, há possibilidade de geada negra. A geada negra é muito mais danosa do que a geada branca, pois queima a seiva no interior das plantas, o que impede a sobrevivência da planta.
— Existe a possibilidade de geada negra, mas não é muito grande. Contudo, sendo ou não sendo geada negra, a geada branca já é preocupante para a agricultura porque é um frio atrás do outro — frisa Luengo.
Possibilidade de neve
Além disso, a entrada de umidade favorece a ocorrência de neve nos Campos de Cima da Serra, no período da noite. As previsões indicam a possibilidade de neve e de chuva congelada na madrugada da quarta-feira (28), em todas as regiões do Rio Grande do Sul.
A Climatempo alerta para grande possibilidade de queda de neve nos dias 28 e 29 de julho. A sensação térmica, ou a forma como os nossos sentidos percebem a temperatura do ar, por outro lado pode chegar a atingir -15°C ou -25°C em algumas cidades.
- Além da neve, existe o risco de geada em todo o Rio Grande do Sul, exceto no Litoral, onde é mais difícil de ocorrer geada. Até mesmo Porto Alegre pode ter geada por três dias seguidos – explica Luengo.
Frio normal da Serra gaúcha
Apesar de ser uma das mais fortes massas de ar polar dos últimos anos, no geral o frio desta semana não deve superar em força as ondas, por exemplo, dos anos 2000 e 2012, anos de frio extremo, no qual várias estações tem até hoje como os que registraram as menores mínimas absolutas.
De quarta até domingo, a tendência é que ocorram marcas negativas na Serra, com o frio mais intenso entre quinta e sexta-feira. As menores mínimas devem ocorrer na sexta-feira, quando muitas cidades terão marcas abaixo de zero. Temperaturas como -2°C a -4°C podem ser registradas em Vacaria e Bom Jesus, por exemplo.
— O frio mais intenso do século não tem. Pode ser um pouco mais forte que no final de junho, mas nada catastrófico ou fora do normal. Uma cidade ou outra até pode ter um recorde um pouco mais expressivo, mas afirmar que vai ser o maior do século é muito difícil — ressalta o meteorologista.