Sábado completaram-se dois meses do início do processo que possibilitou o trabalho remoto de 91% dos 54 profissionais do jornalismo da RBS na Serra.
No já distante 16 de março, foram para casa os primeiros colegas, os que apresentavam ao menos um dos fatores para aumento de risco de complicações em caso de contaminação pelo coronavírus. Pareceu-nos uma operação complicada. No dia seguinte, dividimos os times em diferentes salas, distanciando alguns e evitando contato entre outros da mesma área.
Mas a operação mais ousada veio no fim de semana seguinte. No sábado de 21 de março, permitimos que toda a Redação do Pioneiro trabalhasse remotamente tão logo fosse possível. A partir de segunda-feira, 23 de março, isso foi possível graças a um exitoso trabalho conjunto das lideranças da Redação e áreas de Tecnologia e Operações da RBS. Desde o fim de março, apenas cinco colegas permanecem na nossa sede, na esquina da Bento com a Borges, para garantir as operações da Gaúcha Serra e da RBS TV Caxias. Convidei três colegas para contarem como têm sido esses 60 dias:
— Trabalhar em TV sem uma equipe de pessoas no mesmo ambiente é, com certeza, o maior desafio deste momento. Por outro lado, é a oportunidade de nos tornarmos mais proativos e colaborativos. Acho que sairemos transformados disso tudo — destaca Greici Mattos, repórter.
— É um momento novo, diferente e desafiador. Tudo foi muito rápido. Saímos da Redação para trabalhar em casa e, com o passar dos dias, tudo se alinhou dentro do processo operacional. Sinto saudade da convivência diária com colegas, das pautas nos estádios, da emoção dos jogos, mas compreendo que é algo passageiro e precisamos passar por isso. Tenho buscado me reinventar. Está sendo um desafio trabalhar com assuntos que nem sempre estão na nossa rotina, como decretos, protocolos médicos, situação financeira dos clubes. Isso motiva em sempre buscar descobrir novas histórias para o leitor e ouvinte — diz Eduardo Costa, repórter e comunicador.
— Além do desafio de sempre, de capturar imagens que possam traduzir a pauta da melhor maneira, temos de tomar os cuidados necessários de higiene e proteção individual contra este inimigo invisível. Encontramos também restrições, como não se aproximar demais das fontes, entrar na casa das pessoas e, mesmo assim, conseguir uma imagem boa — conta o repórter fotográfico Marcelo Casagrande.
Tem sido uma jornada de desafios diários só vencidos com muita colaboração. Nossos focos, desde a chegada da pandemia ao Brasil, foram preservar a saúde de nossos colaboradores e cumprir a responsabilidade de manter a sociedade informada.
Nos últimos dias, conversei com 10 lideranças regionais para colher percepções sobre a nossa cobertura. Ouvi que estamos no caminho certo. Também nos energiza saber que todas as medidas de segurança adotadas até aqui colaboram para nenhum de nossos profissionais apresentarem sintomas. Apesar das mudanças, das dificuldades e do medo impostos pela pandemia, o dever jornalístico nos mantém e manterá fortes.