Está aberta a partir desta segunda-feira (23) a 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza em Caxias do Sul. Mas atenção: esta etapa, que prossegue até o dia 1º de junho, é destinada àqueles que estão no grupo de risco da gripe, como crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas, entre outros (veja mais abaixo). As doses estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde (UBSs) do município, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
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De acordo com a diretora da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Maria Ignez Bertelli, a vacinação é uma das medidas mais eficazes no controle da circulação do vírus da gripe. Ou seja, além de ficar livre da doença, quem adere à campanha também ajuda outros a não se contagiarem.
— Esses grupos (de risco) são os que a doença pode atingir de forma mais grave. Com a vacinação, reduzimos o risco, a mortalidade e o número de internações. Quanto maior a cobertura vacinal, menor a circulação do vírus — reforça, acrescentando que em todo o ano passado 45 pessoas foram hospitalizadas em decorrência de sintomas de infecção por vírus respiratórios (nenhum pelo H1N1).
Maria Ignez alerta para a necessidade de que as grávidas também se vacinem, já que esta é uma população que costuma ter baixa adesão à campanha.
— Há uma crença de que a gestante não pode tomar medicamentos ou vacina pelo receio de que possa interferir na gravidez ou provocar algo no bebê. Mas temos que desmistificar isso. Além de assegurar a condição física dela, a vacina vai estar transmitindo anticorpos para os bebês durante os primeiros meses de vida, período em que eles não poderiam receber a vacina — explica.
O objetivo da campanha é imunizar cerca de 90% da população de risco, público que em Caxias corresponde a cerca de 115 mil pessoas. No ano passado, foram distribuídas 101.051 doses aos grupos prioritários, doentes crônicos e professores e mais 15.197 à população em geral, que recebeu as vacinas que sobraram após o término da campanha.
Para incentivar as pessoas, neste ano o Dia D da campanha será realizado no dia 12 de maio, um sábado, para possibilitar o atendimento às pessoas que não podem ir até as UBSs durante a semana. Nesse dia, as unidades funcionarão das 8h às 17h.
A população que está fora do grupo de risco e quer se vacinar deve, por enquanto, procurar a rede privada. Após a campanha, as doses remanescentes devem ser liberadas gradualmente para a população das faixas etárias de cinco aos nove anos e 50 a 59 anos, mas ainda não há planejamento nesse sentido, já que as vacinas chegam ao município em lotes, conforme a demanda.
SERVIÇO
20ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza
Período: 23 de abril a 1º de junho em Caxias do Sul, com Dia D em 12 de maio (sábado).
Onde: As doses estarão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde (UBSs).
Horário: 8h às 16h. No Dia D, das 8h às 17h.
Público-alvo:
:: Pessoas com 60 anos ou mais: levar documento de identidade.
:: Crianças de seis meses a menores de cinco anos (4 anos, 11 meses e 29 dias): os pais precisam apresentar a carteira de identidade, certidão de nascimento ou carteira de vacinas.
:: Gestantes e mulheres em até 45 dias após o parto: puérperas devem apresentar a Declaração de Nascido Vivo da criança.
:: Trabalhadores da saúde: podem ir ao posto de saúde com documento que comprovem a atividade profissional.
:: Professores: profissionais da ativa precisam levar documento com foto e comprovante de que atuam em escola como carteira de trabalho ou declaração da instituição de ensino.
:: Indígenas: devem presentar documento com foto, além da carteira de vacinação.
:: População carcerária.
:: Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis: devem procurar o posto onde estão cadastrados. Quem é atendido em outros serviços da rede pública ou privada deve apresentar a prescrição médica.
Contraindicações: a vacina é contraindicada apenas para pessoas com histórico de reação anafilática em doses anteriores, bem como a qualquer componente da vacina, ou alergia grave relacionada ao ovo de galinha. Para o público em geral, as reações em decorrência da imunização são normalmente leves, como dor no local da aplicação.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Vou ficar gripado após me vacinar?
Não. A vacina contra a gripe é inativada, contendo vírus mortos, fracionados ou em subunidades, que não são capazes de causar a doença.
A vacina contra a gripe causa algum efeito colateral?
A vacina usada na campanha é segura e bem tolerada. Em alguns casos, podem ocorrer manifestações de dor no local da injeção ou endurecimento. Além disso, as pessoas que não tiveram contato anterior com os antígenos (substâncias que provocam a formação de anticorpos específicos) podem apresentar mal-estar, dor muscular ou febre. Os sintomas tendem a desaparecer em 48 horas.
Resfriado comum e gripe são a mesma coisa?
Não. O resfriado comum é uma infecção viral de sintomas mais brandos que a gripe e pode durar de dois a quatro dias. Também apresenta sintomas relacionados ao comprometimento das vias aéreas superiores, como congestão nasal, secreção nasal, tosse e rouquidão. A febre é menos comum e, quando presente, é baixa. Outros sintomas também podem estar presentes, como mal-estar, dores musculares e dor de cabeça. A gripe é também uma infecção viral, que se caracteriza pelo surgimento de febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, mal-estar, tosse seca, dor de garganta e coriza. Esse quadro pode perdurar por sete a 10 dias. A vacina contra gripe não imuniza contra o resfriado.
Caso eu esteja gripado, é melhor esperar melhorar para me vacinar?
Sim. É importante melhorar da gripe antes de receber a vacinação para que, caso haja alguma complicação da gripe, esta não seja atribuída à vacinação. A vacinação deve ser adiada até o desaparecimento dos sintomas.
Quais as medidas de proteção para a população não vacinada?
Para se prevenir, as pessoas devem tomar alguns cuidados de higiene como: lavar bem, e com frequência, as mãos com água e sabão; evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; não compartilhar objetos de uso pessoal; e, ainda, cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
Por que em alguns casos eu me vacino e fico gripado em seguida? Ou, se eu me vacinar e ficar gripado, significa que a vacina não foi eficiente ou que o vírus da vacina me pegou?
Trata-se de uma vacina inativada (morta), incapaz de gerar a doença. As pessoas que ficam gripadas após tomar a vacina, provavelmente adquiriram outras doenças respiratórias ou já tinham o vírus e a vacina não teve tempo suficiente de fazer seu efeito.
É necessário se vacinar todos os anos?
Sim. Todos os anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) define qual deve ser a composição da vacina no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul. A recomendação é feita com base nas cepas de influenza ("tipos" de vírus) que circularam nos anos anteriores. E mesmo que os vírus sejam os mesmos, a imunidade pela vacina se mantém por um período estimado de 12 meses.
Por que a população prisional (pessoas privadas de liberdade) está entre os grupos prioritários?
Este é um grupo vulnerável que, ao contrair a gripe, pode desenvolver complicações e evoluir para o óbito. Principalmente quando se consideram as condições de habitação e confinamento dos presídios. Protegendo a população privada de liberdade, protege-se também as pessoas que estão em contato com este grupo.
Fonte: Ministério da Saúde.