O assassinato do mecânico Tiago Becher Bonato, 37 anos, intriga os moradores de Flores da Cunha. Inicialmente, o caso é tratado como latrocínio. A Polícia Civil, no entanto, ainda não se manifestou sobre o crime. Bonato é morador de Caxias do Sul e foi até o município para negociar um ônibus na noite de quarta-feira.
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A mulher e o filho de sete anos acompanharam Bonato e ficaram dentro do Audi da família. De acordo com o registro da ocorrência, Bonato atravessou a rua para negociar com o vendedor quando um Corsa bordô se aproximou e três homens armados desembarcaram. Os criminosos tentaram roubar o Audi, mas não conseguiram abrir a porta do automóvel. Quando Bonato se aproximou, foi alvejado e caiu próximo ao ônibus.
Os assassinos voltaram para o Corsa, onde um comparsa os esperava, e fugiram sem levar nada. Populares socorreram o mecânico caxiense e o levaram até Hospital Nossa Senhora de Fátima, mas a vítima não resistiu.
Natural de Caxias do Sul, Bonato trabalhava na mecânica Motortech Auto Técnica, no bairro São Leopoldo, e era um apreciador de artes marciais. Na noite do crime, antes de ir para Flores da Cunha, ele havia praticado jiu-jitsu.
— O trabalho dele era a mecânica, mas o meu irmão gostava muito do mundo das lutas e até dava algumas aulas em academia. É difícil achar palavras neste momento. Ele era um cara muito família e que se dava bem com todo mundo — descreve o irmão Rodrigo Becher Bonato.
Tiago deixa dois filhos, uma menina de 13 anos e um menino de sete anos. Ele será velado nas Capelas Cristo Redentor e o sepultamento está previsto para às 18h desta quinta-feira no cemitério de Fazenda Souza.
Vizinhos reclamam de ônibus abandonado há seis meses
Este é o primeiro roubo com morte registrado em Flores da Cunha há mais de 10 anos. Devido a gravidade do fato, a delegada Aline Martinelli assumiu as investigações ainda na madrugada e, até o momento, não se manifestou publicamente.
A Rua Barros Cassal, onde ocorreu o crime é considerada uma rua central e tranquila no município. Recentemente, no entanto, a vizinhança acionou as autoridades para reclamar de um ônibus abandonado na via pública.
— Está parado lá há mais de seis meses e não sabemos quem é o dono. É muito estranho. Está juntando sujeira e ocupa todo o estacionamento. Buscamos providências, mas a prefeitura responde que não tem o que fazer — lamenta uma vizinha que prefere não ser identificada e mora há 30 anos no endereço.
Pelo aparente abandono do ônibus, a moradora estranha a versão que o mecânico caxiense estava na Rua Barros Cassal para comprar o veículo. No momento do crime, por volta das 23h, ela já estava deitada.
— Toda a quadra ouviu, foram vários tiros. Toda a vizinhança foi para a sacada devido ao "barulhão", mas só vi o corpo caído ao lado do ônibus e depois as pessoas o socorrendo — relata.