Uma das notícias mais esperadas para a Serra foi anunciada na última segunda-feira (10). A região, em 2025, ganhará um campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O comunicado foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana. Ainda não há uma data exata para o início das atividades acadêmicas, no entanto, articulações já são organizadas para efetivar o trabalho no próximo ano.
Durante entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, na manhã desta terça-feira (11), o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, que havia confirmado ainda na última sexta-feira à colunista Rosane de Oliveira a implementação do campus, detalhou os próximos passos para a efetivação.
De acordo com o ministro, o anúncio do campus em Caxias do Sul foi feito também como "uma forma de apoio" ao esforço de reconstrução do Estado. O campus a ser efetivado em Caxias é o único anunciado na Região Sul do Brasil. Ainda não há definição de local. Segundo Pimenta, há possibilidades que a implementação possa iniciar em um espaço temporário. De acordo com a Agência Brasil devem ser seis cursos oferecidos em um primeiro momento, para 2,8 mil estudantes.
— Vai ser constituída agora uma comissão de trabalho, com a participação da UFRGS, evidentemente que vai haver um debate com a comunidade local, com as lideranças locais, para que a gente possa rapidamente avançar na definição dos cursos. Em segundo lugar, nós vamos abrir um diálogo sobre a questão do espaço físico — explica Pimenta sobre os debates que devem ocorrer.
Conforme Paulo Pimenta, a região tem uma “capacidade extraordinária da atividade econômica”. Dessa forma, o acesso a uma universidade pública será fundamental para o desenvolvimento local. E ele complementa sobre a organização da estrutura física do campus:
— Se optar pela construção de um prédio novo, uma estrutura nova, provisoriamente ela (universidade) precisa começar em algum lugar. Agora, esse lugar também pode ser definitivo. Por isso que, normalmente, quando é anunciado uma nova universidade, quando se opta pela construção de um campus novo, cidades de menor estrutura, que não têm tantas opções, a gente acaba utilizando um espaço de maneira provisória durante a construção do campus. Agora, eu quero fazer essa discussão com a comunidade, com as lideranças locais, acompanhar esse debate com o MEC (Ministério da Educação), porque, eventualmente, nós temos em Caixas, talvez, alternativas que precisam ser trabalhadas, que possam ser boas para a comunidade local, para as universidades que já existem, como que a gente pode construir uma parceria nesse sentido.
Aeroporto e turismo também em debate
O Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias, se tornou uma importante porta de entrada para o Rio Grande do Sul com a suspensão das atividades do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre ainda no início do mês de maio e que só deve retomar as atividades de forma parcial em dezembro. E, isso também tem gerado debates para agilizar a construção do Aeroporto de Vila Oliva, uma demanda antiga da Serra. De acordo com Pimenta, o Governo Federal está trabalhando tanto para melhorias no terminal já existente, como também para efetivar as obras do novo aeroporto.
Nesta terça-feira (11), profissionais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero devem visitar o Hugo Cantergiani. Na quarta (12), Paulo Pimenta deve retornar ao Rio Grande do Sul, desta vez acompanhado do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
— Nós estamos trabalhando com a ideia de fortalecer a capacidade do aeroporto (Hugo Cantergiani) para poder suprir essa demanda necessária nesse próximo período. Independente disso, eu sou entusiasta e trabalho para a solução definitiva do aeroporto de Vila Oliva. Então, eu estou trabalhando junto com a Casa Civil para isso, juntamente com essas lideranças. Eu acho que esse é um grande projeto estratégico para o desenvolvimento da nossa região.
Outra questão abordada foi a retomada do turismo, importante para o desenvolvimento econômico da região. Além disso, Pimenta detalhou a necessidade de focar no reestabelecimento de rodovias, em especial a BR-116, entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis que deve ter uma ponte temporária e uma definitiva em até oito meses, e também a BR-470, entre Bento Gonçalves e Veranópolis.