Engenheiros da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Smosp) e geólogos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) de Caxias do Sul devem realizar duas novas vistorias em Galópolis nesta sexta-feira (17). Será analisada a encosta nas proximidades da Estrada Leonardo Pistorello, que apresentou as primeiras fissuras ainda no início do mês, e a região da Rua José Casa, que foi evacuada no início desta semana. Segundo a prefeitura, cerca de 250 famílias seguem fora de casa e não há registro de que alguém tenha retornado.
Diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), o geólogo Caio Torques explica que a situação do bairro é muito parecida com a do início da semana. Ele destaca que a preocupação maior em Galópolis são com essas duas áreas que já foram evacuadas e que apresentam diversas fissuras no solo.
Os trabalhos de estabilização no alto da encosta se iniciaram ainda na semana passada. No entanto, como a chuva retornou, foi preciso parar o serviço por segurança e pelo solo seguir instável. Na quarta-feira (15), a equipe esteve no local, mas solicitou uma avaliação de engenheiros e geólogos da prefeitura para que, se as condições climáticas permitirem, os trabalhos possam retornar na próxima semana. Essa análise será feita na manhã desta sexta.
— Já fizeram uma boa parte (do trabalho). Foi removida as árvores de grande porte que estavam causando peso, para diminuir o peso da encosta para reduzir o risco de deslizamentos — explica Torques sobre o trabalho que já foi feito no local.
— Nós vamos avaliar a parte de baixo de Galópolis, onde tem as outras fendas e as casas estão comprometidas, para verificar como a encosta se comportou com essas últimas chuvas e para ver se dá para reduzir alguma área evacuada ou se precisa aumentar — complementa o diretor da Semma.
O geólogo detalha que mesmo com a chuva é possível fazer as análises. O único problema, segundo ele, é no alto da encosta, onde há mato e pode dificultar o acesso. Torques ainda reitera que a orientação é para que as pessoas não retornem para as casas em áreas que foram evacuadas nos últimos dias:
— Ele tá muito encharcado (o solo), então está suscetível a se movimentar. Tem questão de muitos blocos de rochas soltos na encosta. A área que a gente isolou de forma preventiva era referente a esses blocos para monitorar se eles iam se deslocar, se iam mexer com o excesso de água. O que nos preocupa mas é que o solo está muito encharcado, a água subterrânea tem um comportamento diferente da água superficial, ela leva muito mais tempo para escoar.
Câmeras de segurança do Centro Integrado de Operações (CIOp) também auxiliam no monitoramento da encosta. A Guarda Municipal e o Exército seguem no bairro cuidando para que as pessoas não retornem às áreas evacuadas.