Por causa da enchente que atingiu todo o Rio Grande do Sul e, de forma severa a região do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, não será possível voar a partir da Capital, pelo menos até setembro. Agência da Aviação Civil (Anac) informou, no dia 14 de maio, que a Fraport iria renovar a suspensão dos voos do aeroporto Salgado Filho pelo prazo de 3 meses.
Atualmente, Caxias do Sul é sede do principal aeroporto do Estado, o Hugo Cantergiani. No entanto, como a oferta de voos na Serra é inferior ao que era oferecido no aeroporto da Capital, os consumidores têm visto os preços de passagens aéreas subirem. De acordo com a diretora administrativa da agência de viagens Paglitur, Francieli Stefenon, a elevação dos preços está diretamente relacionada à demanda de passagens saindo de Caxias do Sul.
— Essa semana, fiz uma marcação de passagem saindo da Base Aérea de Canoas com destino ao Nordeste, que o valor ficou em torno de R$ 2 mil, que é o normal. O mesmo trajeto, saindo de Caxias do Sul, ficava mais de R$ 4 mil. Esse aumento se dá porque os voos saindo de Caxias não estão na mesma proporção dos que sairiam de Porto Alegre. Caxias do Sul tem um limite para a quantidade de voos que podem sair daqui, por questões técnicas e de estrutura — explica Francieli.
Desde o fechamento do aeroporto de Porto Alegre, no dia 3 de maio, Caxias do Sul recebeu 25 voos extras semanais. No entanto, segundo a profissional da área do turismo, a demanda ainda é muito maior do que a oferta de voos e destinos.
— O Rio Grande do Sul tem um grande despacho de voos semanalmente. E essa falta de oferta trouxe o aumento do preço das passagens e a diminuição de possibilidades de ir. Em Caxias do Sul, a gente sofre com a instabilidade do tempo. Nós estamos numa época de instabilidade. No dia, você vai ter uma neblina que impossibilita uma aeronave de pousar. E às vezes, do nada, você consegue pousar — enfatiza.
Veja dicas da agência de viagens sobre a remarcação de voos
Para Francieli, a orientação sempre depende da situação da pessoa que vai viajar. Como por exemplo, se esse passageiro tem um compromisso marcado no local de destino, ou se está viajando a lazer por um período de tempo mais flexível. Ainda é necessário avaliar se os viajantes têm bagagens a despachar ou não.
— Hoje, entre Caxias do Sul e Canoas, eu estou optando por Canoas para clientes que tenham uma agenda que precisem viajar para atender alguma situação agendada. Analisar o valor também é importante, ver o custo-benefício. E também tem a questão de quem mora aqui ou na região, como vai até Canoas, se precisa alugar um carro ou não — analisa.
Quando o passageiro tem apenas o bilhete aéreo comprado, a mudança de roteiro é mais simples, enfatiza Francieli. E, nesses casos, a remarcação da viagem, a partir de Caxias do Sul, pode ser uma opção melhor. No entanto, quando a pessoa tem reserva de hotel ou de passeios, o ideal é analisar e escolher um aeroporto que não sofra menos alterações de voos por causa das condições climáticas, como é o caso do Hugo Cantergiani.
— O ideal é que a pessoa que vai buscar uma passagem aérea ou uma viagem de negócios ou não, que ela tenha a orientação de uma agência de viagens, porque são pessoas que trabalham com isso há muito tempo e vão conseguir prestar essa assessoria em questões jurídicas, caso seja necessário — explica.
Sendo assim, como orientação geral aos passageiros, Francieli indica que sejam somados os valores de deslocamento a outros aeroportos quando for remarcar o voo.
Dicas para quem viaja por conta própria
Quem prefere organizar a viagem por conta própria precisa estar atento às mudanças de trechos e remarcações neste período. Um dos aspectos que precisa de mais atenção, de acordo com Francieli, é a troca de trechos e conexões.
Principalmente para as pessoas que tinham passagens marcadas a partir de Porto Alegre direto para destinos internacionais, a orientação é entrar em contato com a companhia aérea para reajustar o voo de saída e as escalas e conexões.
— Pegar um avião por conta e ir até São Paulo não funciona. Tem que ter uma comunicação com a companhia aérea para tentar extinguir aquele trajeto até São Paulo e gera-se um novo bilhete só com aquela parte de conexão. Se a pessoa for direto e chegar lá, ela não vai conseguir embarcar, porque ela já apresentou no-show, ou seja, apresenta que ela não embarcou em Porto Alegre — explica.
Outra orientação é que, em qualquer problema ou intercorrência que o passageiro possa ter, é necessário guardar todos os comprovantes, notas fiscais e registros de despesas extra que possam acontecer.
— O ideal é consultar qual é a política aplicada no intervalo da viagem, e sempre abrir protocolos, anotar os protocolos, pegar as notas fiscais, toda a documentação que comprove que entrou em contato com a companhia, ou não teve retorno, teve alguma dificuldade, o que teve de custo para possibilitar a continuidade da viagem — destaca.
É possível pedir reembolso da passagem se desistir da viagem?
Em caso de desistência da viagem, é possível optar por reembolso total ou crédito com a companhia aérea, sem pagamento de taxa de cancelamento. Luciano Barreto, diretor-geral da AirHelp, empresa que atua na defesa dos direitos dos passageiros, reitera que, segundo a Anac, cabe exclusivamente ao consumidor aceitar ou não a oferta de créditos para uma nova viagem, conforme algumas companhias aéreas estão oferecendo atualmente.