Com o Aeroporto Salgado Filho fechado por tempo indeterminado, a Fraport começou a operar voos comerciais na Base Aérea de Canoas na segunda-feira (28). O montante de voos diários, no entanto, ainda é muito menor do que o realizado no terminal da capital gaúcha antes da enchente que atingiu Porto Alegre.
A adaptação gerou uma corrida para remarcações e cancelamentos de viagens. De acordo com João Augusto Machado, presidente da Associação das Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (ABAV-RS), qualquer mudança de local, data ou até mesmo o reembolso não deve gerar custos extras para quem tinha voos com embarque no Salgado Filho.
— Cada companhia tem a sua flexibilização e suas regras. As companhias domésticas, como Latam, Azul e Gol, permitem a remarcação para outros aeroportos, o que inclui Canoas, outras cidade do Interior e também Santa Catarina. As pessoas devem procurar as agências de viagens ou a companhia aérea. Não há custo. Pode se fazer a readequação para qualquer aeroporto e qualquer data sem custo nenhum — destacou em entrevista ao Gaúcha Atualidade, reforçando a possibilidade também do reembolso total:
— Existe também a possibilidade do reembolso integral, sem nenhum tipo de custo. O reembolso, por parte da companhia, deveria ser mais rápido. Mas às vezes há algum processo burocrático por conta da administradora do cartão, questão de fatura fechada.
Machado admitiu as dificuldades enfrentadas com três companhias, casos de TAP, Copa e Aerolineas, que só operam voos a partir de São Paulo e Rio de Janeiro, ou outros Estados mais ao norte, e não estão arcando com os custos de deslocamento extras.
— Os reembolsos das domésticas estão mais fáceis. Estamos tendo problemas com TAP, Copa e Aerolineas. Elas não estão tendo flexibilidade. A TAP só tem voos de SP ou RJ para cima. Com isso, as pessoas estão tendo o custo de viajar até lá. Essas companhias não estão complementando esse trecho. Estamos discutindo junto da Associação Brasileira das Empresas Aéreas para que as companhias assumam. A companhia tem de ser responsável por acomodar esse passageiro, mas elas estão inflexíveis — pontuou.
Prejuízos do setor
Como qualquer setor da economia, as agências de viagens também contabilizam prejuízos com a tragédia climática. Machado acredita que a situação também terá impacto nos hábitos de passeio dos gaúchos.
— Vai haver um movimento que foi visto na pandemia, de viagens mais curtas. Temos voos diários para São Paulo, mas se tem uma conexão, as viagens acabam ficando mais longas. As pessoas estão trocando para viagens dentro do RS. Nesse momento estamos com as vendas muito baixas. Vai haver uma queda para o setor sem dúvida — finalizou.