Haja resiliência para as agências de viagens do Rio Grande do Sul. Recém viram seus negócios sangrarem pelo impacto da pandemia no turismo e, agora, enfrentarão o fechamento do aeroporto de Porto Alegre até, no mínimo, agosto. Será preciso amenizar, seja com aeroportos alternativos, seja com mais opções de turismo terrestre. O podcast Nossa Economia, de GZH, conversou com o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens no Rio Grande do Sul (Abav-RS), João Augusto Machado. Veja trechos abaixo e ouça a entrevista na íntegra no final da coluna.
Como lidarão com o fechamento tão prolongado do aeroporto?
Neste primeiro momento, estamos fazendo remarcações e vendo pessoas que precisam voltar para Porto Alegre ou sair. Cada companhia tem as suas regras. Algumas acomodam os voos por Caxias do Sul, por Navegantes (SC), por Florianópolis (SC).
As companhia aéreas estão colaborando com as agências? Leitores relatam dificuldade.
Algumas estão com políticas bem flexíveis. Já outras, internacionais, não têm voos próximos e só podem fazer alterações para os delas. Por exemplo, uma companhia que voava daqui para Portugal e está te remarcando para São Paulo não está arcando com esse custo de te levar até lá.
Problemas para o médio prazo?
Enquanto o aeroporto não notifica oficialmente que terá esses outros 90 dias fechados, pessoas com viagens para junho, julho e agosto ainda não conseguem fazer alterações. Isso gera tensão, pois as pessoas querem agilizar viagens programadas.
Companhias aéreas dizem que ampliaram voos para aeroportos do Interior e de Santa Catarina. Eles têm capacidade de suprir a demanda?
Muitas aeronaves que pousavam em Porto Alegre não vão para cidades menores. Também há pessoas que compram classe econômica premium para viajar em um voo até São Paulo, mas não tem esse espaço em aviões menores. Elas terão que entender.
O turismo dentro do Rio Grande do Sul não será alternativa às agências quando diminuírem bloqueios de estradas?
Na pandemia, também buscamos novas fontes. As pessoas descobriram a beleza do nosso Estado e ampliaram para Santa Catarina. Agora, é momento de nos reinventarmos. Há proibição por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de venda de passagens aéreas e não sabemos até quando. Uma alternativa muito forte serão as viagens terrestres.
A Base Aérea de Canoas dará um bom movimento?
Está sendo trabalhada para receber 10 voos: cinco chegadas e cinco saídas. A Fraport tem que operacionalizar e ainda depende de as companhias verem quais rotas vão voar, frequência, destinos e tipo de aeronave.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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