Lembrado sempre na segunda quinta-feira do mês de março, o Dia do Rim foi marcado por ações de conscientização sobre os cuidados com o órgão e a prevenção de doenças renais em Caxias do Sul. Uma das atividades foi realizada pelo Colégio São José em parceria com a Associação dos Pacientes Renais Crônicos (Rim Viver), com uma fila na frente da instituição de ensino, na Rua Os Dezoito do Forte, no Centro, fazendo alusão à fila para transplantes.
Segundo a coordenadora do grupo Amor e Movimento, de alunos e ex-alunos do São José, a professora Lorita Menegon de Souza, a ação desta quinta-feira (14) teve como objetivo levar mensagens aos alunos sobre os cuidados com a saúde. A atividade, que iniciou por volta das 11h e seguiu até o começo da tarde, consistiu em uma conversa inicial. Posteriormente, cerca de 200 alunos de 12 a 17 anos ficaram na calçada em fila, com plaquinhas que simbolizam a luta das pessoas que precisam de transplante.
— Essa fila tem muitos aprendizados. O aluno que diz "sim" para a fila com certeza será um doador, ele vai dizer "sim" para a doação. A pessoa que passou na rua, viu o jovem lutando para termos doadores, também vai pensar. E o aluno quando chegar em casa vai falar para a família sobre a doação — comentou a professora.
Segundo Valtair Moraes, presidente do Rim Viver, o exame de creatinina pode assegurar a saúde do órgão, uma vez que avalia a funcionalidade dos rins. Atualmente são 500 caxienses renais crônicos na fila de espera por transplantes. Entre elas está a auxiliar jurídica Giseli Monteiro Soeiro. Ela recebeu o diagnóstico em 2003, aos 17 anos, e chegou a fazer um primeiro transplante que durou 12 anos. Após isso, o corpo rejeitou o órgão. Agora, está desde 2016 aguardando um novo rim. Ela avalia como positiva a ação:
— Desde a minha época se falava muito pouco (em doação de órgãos). Então, agora, a importância da ação de hoje é estar aqui com esses alunos que são o futuro, tendo a oportunidade de ensinar e de alertar. Assim, automaticamente, eles vão levar para casa — disse.
Há mais de 30 anos realizando hemodiálise, Maria Belma Veira, 70, levou uma mensagem de conscientização aos alunos. Há oito anos ela chegou a fazer um transplante, mas o órgão foi rejeitado pelo corpo.
— A máquina (de hemodiálise) é uma maneira de viver, ali vai continuar a vida, não sabe como, mas vai. Ali tem que ter fé com Deus, e depois depositar confiança nos médicos, fazer o tratamento certo, não sair do padrão, não beber, não fumar. E eu digo para todos que conheço: cuide do seu rim, faça prevenção, fale com a família e diga que é doador — falou, emocionada.
Neusa Sandra Tartari, que é vice-presidente do Rim Viver, realizou o seu transplante há sete anos em Porto Alegre. Ao todo, ela ficou cerca de nove meses na fila de espera, e o órgão veio de um jovem de 14 anos. Ela relembrou que o seu transplante demorou apenas nove meses após ter o diagnóstico.
— Até então eu sabia que tinha pressão alta, mas os rins ainda estavam bem, e depois eu descobri que tinha problemas renais. Essa mensagem (da ação de hoje) dá vontade de falar para todo mundo, porque não é fácil ficar três dias por semana na máquina, a gente acaba ficando presa na máquina, é difícil.