Um mesmo propósito uniu jovens no final da década de 1960, em Caxias do Sul: salvar vidas. Na época, 46 pessoas ingressaram na Universidade de Caxias do Sul (UCS) para formarem a primeira turma do curso de Medicina da instituição. Formados em 1973, os mesmos jovens, hoje com mais experiência de vida, se reuniram nesta sexta-feira (20) para comemorar os 50 anos de formatura.
O jubileu de ouro reuniu 17 egressos e seis dos professores da época e faz parte das comemorações dos 55 anos do curso de Medicina da universidade. O reencontro ocorre dois dias após a celebração do Dia do Médico, comemorado na quarta-feira (18). A reunião também prestou homenagem aos jubilados, com a entrega de um certificado alusivo ao cinquentenário, e aos seus mestres.
A primeira turma teve as primeiras aulas em março de 1968 nas dependências do Colégio Nossa Senhora do Carmo e também na Cathólica Domus. Já no final do curso, os alunos tiveram aula no atual prédio da reitoria, no Bloco A. A formatura foi realizada no Salão de Atos do Colégio São José, em 20 de dezembro de 1973, e o baile ocorreu no Clube Juvenil.
Durante a celebração, o médico e ex-aluno Samir El Ammar, que foi o orador da turma, falou sobre a felicidade de estar comemorando os 50 anos de formatura e homenageou os 16 colegas que já morreram.
— Em 1973, eu fiz um discurso um pouco técnico, um pouco político e um pouco sobre nós na faculdade. Eram outros tempos, tinha que prestar contas para a reitoria, o discurso tinha que ser analisado, coisa que na nossa "re-formatura" não tem mais — disse.
Representando os professores homenageados e da primeira turma, o docente Celso Coelho agradeceu o convite para falar em nome dos professores:
— Colegas, ex-alunos, mas principalmente colegas, é uma alegria estar aqui com vocês hoje. Vocês continuam sendo nossos alunos e é isso que importa.
Retorno à universidade
Professor da UCS por 44 anos, Petrônio Fagundes de Oliveira Filho diz que saiu da instituição há quatro anos, mas que momentos como o jubileu de ouro mostram que cada um que formou a primeira turma construiu a instituição "com um pequeno tijolinho".
— A gente acha que 50 anos é uma trajetória longa, é uma vida, então nessa vida é bom tu retornar à instituição pra contar o que houve contigo nesses 50 anos — comenta, acrescentando ter sido bom reencontrar colegas.
Também ex-docente da UCS, Francisco Karkow compartilhou do mesmo sentimento:
— São emoções que a gente ainda tem que assimilar, né? Porque eu estou revendo colegas que eu não via há 50 anos, que foram para outro estado, enfim. Isso não tem preço, né? A emoção é extrema.