Com 9,8 mil cirurgias eletivas e 26,5 mil consultas com especialistas na fila de espera, a prefeitura de Caxias do Sul busca por hospitais interessados em realizar estes e outros tipos de atendimentos. O objetivo é diminuir a demanda histórica por serviços de saúde públicos no maior município da Serra.
O projeto foi elaborado pelo Departamento de Avaliação, Controle, Regulação e Auditoria (Dacra), com base nas demandas reprimidas em cada especialidade: a expectativa é realizar 2,3 mil exames especializados, 12,3 mil consultas com especialistas e 660 cirurgias consideradas não urgentes. Além disso, é projetado ampliar de 156 para 186 o número de aparelhos auditivos implantados ao mês.
O projeto ainda está em fase inicial e não há data prevista para início da oferta dos serviços. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) está contatando hospitais caxienses para firmar parceria. Caso não haja interesse, instituições de saúde da região também serão buscadas.
— Assim como os mutirões que realizamos periodicamente, esta é mais uma iniciativa que estamos buscando para diminuir o tempo de espera para quem precisa de algum atendimento que não é urgente — diz a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi.
A proposta será paga com o valor de R$ 6,2 milhões, intermediados pelo deputado federal Maurício Marcon (Podemos). O recurso foi enviado por meio da portaria 769 do Ministério da Saúde, de 28 de junho de 2023, que habilita os Estados, municípios e o Distrito Federal a receberem recurso financeiro emergencial para o custeio da atenção especializada.
Além disso, a SMS prevê, para os próximos meses, a realização de mutirões de consultas e de pequenas cirurgias, a exemplo dos anos anteriores.
A fila atual
:: 26,5 mil consultas com especialistas.
:: 10,5 mil exames especializados.
:: 7,7 mil cirurgias eletivas para pacientes de Caxias.
:: 2,1 mil cirurgias eletivas para pacientes de outros municípios que precisam realizar os procedimentos em hospitais de Caxias.
Fonte: SMS.
O que são cirurgias eletivas
São procedimentos de média e alta complexidades, que não precisam de operação imediata ou em curto prazo, como pequenas cirurgias, cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa, cirurgias das glândulas endócrinas, cirurgias do sistema nervoso central e periférico, cirurgias das vias aéreas superiores, da face, cabeça e pescoço, cirurgias oftalmológicas e oncológicas, cirurgias do aparelho circulatório e digestivo e cirurgias do aparelho osteomuscular.
O cenário do maior município da Serra
As demandas por cirurgias eletivas e consultas com especialistas são assuntos recorrentes no cenário da saúde pública de Caxias do Sul. Os procedimentos considerados não urgentes ficaram em evidência nas últimas semanas após a suspensão temporária nos hospitais Pompéia e Geral, em decorrência da falta de leitos. O serviço foi retomado cerca de 20 dias depois da paralisação.
Em reportagem do Pioneiro, em junho, a secretária da Saúde reconheceu que a fila é "difícil de ser vencida", uma vez que, a cada mês, cerca de 270 novos procedimentos eletivos são autorizados na cidade. Em contrapartida, 1.060 cirurgias urgentes e que podem ser postergas são realizadas via SUS mensalmente — não há uma contagem dos atendimentos eletivos exclusivamente.