O Carnaval em Caxias do Sul terminou com lixo nas ruas e reclamação de moradores das áreas por onde a folia passou. No bairro Exposição, o entorno da Rua Dom José Barea, onde o Bloco da Velha foi realizado no domingo (19), precisou ser limpo por uma equipe de varrição da Codeca na manhã desta segunda-feira (20). Latas de bebidas, sacolas plásticas e muitas garrafas de vidro foram retiradas da Rua 13 de Maio durante a limpeza que começou ainda antes das 8h.
Na Rua Pedro Tomasi era possível ver pela manhã muitos cacos de vidro pelo chão e até rastros de sangue. A moradora Simone Duarte Antoniazzi, 50 anos, trabalha em uma cervejaria na esquina com a Rua Tronca e precisou limpar manchas de sangue em duas bancadas instaladas na parte externa do estabelecimento.
— Sempre passa do limite. A polícia sempre precisa vir e tirar o pessoal à força porque eles querem ir embora. Eles (os foliões) sabem que podem se machucar, mas seguem no fervo. Teve briga e muita garrafa voando à noite — relata Simone.
Morador da Tronca, Gabriel Scotti, 45, recolheu o lixo deixado pelos foliões em frente a sua casa logo cedo. De bicicleta, andava pelas quadras do bairro Exposição consternado com o cenário:
— Nesse domingo eu fiquei das 16h30min às 22h30min expulsando gente que ia na frente da minha casa vomitar e urinar. O cenário era de terror. Pessoal fez o que quis até a Brigada Militar (BM) chegar e acabar com a baderna. O Carnaval na Plácido de Castro foi tranquilo, tinham muitas famílias com crianças, mas o que se viu no entorno não era Carnaval, era bagunça.
No sábado (17), moradores do bairro Santa Lúcia Cohab também relataram barulho excessivo, lixos nas ruas e brigas durante à noite. Fagner Marcolin, 36, mora na Rua Jacob Luchesi e diz que a baderna só terminou durante a madrugada com a chegada da polícia:
— Não tenho nada contra o Carnaval e nem contra festas, o problema são as pessoas que extrapolam. É uma falta de respeito o que acontece todos os anos nessa época. Vi muita briga na rua na madrugada de sábado, cenas de horror.
No total, a Codeca recolheu três caçambas de caminhões com os resíduos. A estimativa é que entre três e cinco toneladas tenham sido recolhidos.