Se não houver nenhum imprevisto que atrase o cronograma, até julho moradores de Antônio Prado, Vila Flores e municípios do entorno terão um novo trecho pavimentado na RS-437. A estrada de 33 quilômetros liga os dois municípios e é fundamental para o deslocamento da população e escoamento da produção no eixo leste-oeste da Serra. O trajeto permite reduzir viagens em até 100 quilômetros, mas a rodovia ainda não é totalmente pavimentada, avanço que começou apenas nos últimos anos.
A obra em andamento teve início no dia 9 de janeiro e ocorre em um trecho de 4,6 quilômetros entre o entroncamento com a RS-448, no acesso a Nova Roma do Sul, e a comunidade Capela Santana, que pertence a Antônio Prado, mas fica próximo ao limite com Vila Flores. O trabalho tem custo aproximado de R$ 7 milhões e foi contratado pela prefeitura de Antônio Prado a partir de um convênio com o governo do Estado. Os projetos foram doados por moradores.
Assim que a obra for concluída, será possível percorrer os cerca de 15 quilômetros de Capela Santana até a sede de Antônio Prado em uma rodovia praticamente toda pavimentada. As únicas pendências serão um trecho de 1,6 quilômetro e outro de 180 metros que não passaram por obras por pendências nos projetos. Ambos ficam em um trecho de cerca de 10 quilômetros que teve a pavimentação concluída no ano passado com recursos do Programa Avançar, do governo Estado.
— Tinham duas pontes que não estavam no projeto, e no trecho menor a estrada ficaria muito próxima ao rio — explica o secretário de Obras do município, Gilberto Ramos.
Conforme o secretário, os projetos dos trechos foram corrigidos e as obras já estão licitadas, aguardando apenas a ordem de início. O trabalho nesses trechos será realizado pelo governo do Estado, e Ramos estima que pode estar concluído em cerca de 60 dias.
Embora comemorem as obras, moradores ouvidos pela reportagem evitam demonstrar muito otimismo em ver o caminho finalmente concluído. É um comportamento compreensível de quem vem nutrindo falsas esperanças por décadas.
— Estamos precisando do asfalto, é uma estrada bastante movimentada. Agora começaram, vamos ver se vai terminar. No passado, antes da eleição, políticos marcavam a estrada e prometiam o asfalto — lembra o agricultor Félix Viapiani, 79 anos, ao afirmar que o investimento é uma demanda de 50 anos.
Amigo de Félix, José Carra, 60, acrescenta:
— Antônio Prado tem 124 anos. Se tivessem feito 500 metros por ano, já estavam e Vila Flores.
Trechos ainda estão pendentes
Com o avanço das obras entre Capela Santana e Antônio Prado, ficará pendente um trecho de cerca de 10 quilômetros de estrada de chão. Desse total, 4,5 quilômetros ficam entre a localidade pradense e a ponte sobre o Rio da Prata. Os 5,5 quilômetros restantes ficam no lado de Vila Flores, entre a ponte e um segmento já calçado com paralelepípedos. Atualmente, a prefeitura de Vila Flores trabalha no calçamento de outros 800 metros com recursos próprios, o que irá reduzir para 4,7 quilômetros o total a ser pavimentado com asfalto no município.
— Nosso objetivo é tirar as famílias da poeira. Futuramente, devido ao alto tráfego, a ideia é asfaltar também o trecho com paralelepípedo, mas já estaríamos contentes se tivermos o asfalto até ali. Essa estrada não vai beneficiar só Vila Flores ou Antônio Prado, mas toda a região. Pensando também no turismo, essa ligação é muito necessária — afirma o prefeito de Vila Flores, Evandro Antonio Brandalise.
A estimativa é de que sejam necessários cerca de R$ 20 milhões para concluir todo o trecho restante, metade para cada município. Para tentar viabilizar os recursos, cerca de 15 prefeitos de municípios que dependem da estrada entregaram ao governo do Estado, no último dia 9, os projetos doados pela comunidade. A ideia é buscar recursos via secretaria do Turismo. O início do novo trecho, portanto, ainda depende da captação de recursos.
Acesso pavimentado a Nova Roma do Sul
As obras que pavimentaram a RS-437 entre o acesso a Nova Roma do Sul e Antônio Prado também contemplaram um trecho de ao menos seis quilômetros da RS-448, que liga o centro de Nova Roma ao entroncamento com a RS-437. Dessa forma, Nova Roma do Sul passou a ter um segundo acesso asfáltico.
Até a conclusão das obras, no ano passado, a única forma de acessar o município por uma estrada pavimentada era também pela RS-448, mas a partir de Farroupilha. Outras opções são as balsas, que ligam Nova Roma a Veranópolis e Nova Pádua e costumam ficar interrompidas em períodos chuvosos.