A falta de uma estação rodoviária e as adaptações promovidas recentemente em pontos de embarque na área central têm causado incômodo a usuários do transporte intermunicipal em Flores da Cunha. O que ocorre é que, agora, as passagens da Expresso Caxiense, principal operadora da cidade, precisam ser compradas em um local improvisado na Rua Júlio de Castilhos, no interior de uma loja de utilidades domésticas, e o embarque é feito a cerca de 50 metros dali, quase na esquina com a Avenida 25 de Julho, a principal do município.
Antes, os passageiros adquiriam as passagens em um guichê montado pela empresa em uma sala alugada ao lado da antiga rodoviária, na 25 de Julho, e o embarque ocorria em frente, sem a necessidade de deslocamento. Outras operadoras também atuam na cidade, mas vendem os bilhetes nos próprios ônibus. A aposentada Angelina de Souza é uma das que ficou descontente com as alterações. Ela usa o ônibus todas as semanas para se deslocar ao interior.
— Ficou horrível. Como é que faz para se organizar? Agora tem que caminhar — diz.
A abertura de uma estação rodoviária no Rio Grande do Sul depende de licitação organizada pelo Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer). Em Flores da Cunha, desde que o ponto foi desativado, em 2015, ninguém mais se interessou em participar do processo licitatório aberto. Ou seja, as empresas de ônibus tiveram que passar a vender as passagens de forma descentralizada. A Caxiense, que mantinha o guichê ao lado da rodoviária, deixou o local no último dia 6 e passou a oferecer os bilhetes na loja de Elaine Ferreira.
— A gente está tendo um resultado positivo na venda. A única reivindicação é que ficou meio na contramão a questão do embarque. Hoje, o ônibus não para em frente ao local de compra da passagem, para a 50 metros do local — salienta a empresária.
O novo ponto, quase na esquina com a 25 de Julho, foi definido pela prefeitura. O secretário de Segurança Pública, Transporte e Mobilidade de Flores da Cunha, Alexandre Brite da Silva, disse que tentou convencer a Expresso Caxiense a permanecer na área central, mas não teve sucesso.
— Para eles é uma questão econômica, de reduzir os custos. Eles não queriam mais gastar com aluguel, luz e funcionários na área central — salienta ele, dizendo que pretende implantar pontos de embarque e desembarque de passageiros na área central, com seis paradas para todos os transportes.
Enquanto a solução não chega, os passageiros precisam se adaptar à nova rotina. Contatada pela reportagem, a Expresso Caxiense informou que, por enquanto, todas as linhas seguirão passando também pelo antigo local de embarque, onde ficava a rodoviária da cidade, além do novo ponto.