A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e a Vigilância Ambiental confirmaram, na manhã dessa quinta-feira (17), o primeiro caso de dengue contraído em Caxias do Sul neste ano. Até esta quarta, eram 300 focos do mosquito Aedes aegypti no município. O número é 44% maior do que registrado em todo o ano passado, quando foram encontrados 209 focos, e cresce de forma exponencial quando comparado com 2020 e 2019. Nesses anos, foram 34 e 27 focos, respectivamente. O bairro Cruzeiro lidera o ranking das regiões infestadas, seguido por São José, Pio X, Centro, Pioneiro, Tijuca e Lourdes.
O caso divulgado nessa manhã foi confirmado por meio de exame laboratorial no dia 10 de março. A SMS não divulgou os dados do paciente que não precisou de internação e se recuperou em casa.
Em coletiva de imprensa, a administração municipal demonstrou grande preocupação com o aumento de focos e com o caso confirmado. Segundo a diretora da Vigilância em Saúde, Juliana Argenta Caloni, foram oito casos suspeitos que resultaram em um confirmado contraído no município e outro importado, de um residente de Caxias do Sul que contraiu a doença em outro município. Ainda de acordo com Juliana, o sistema municipal de Saúde tem recebido diariamente a população com suspeitas de dengue.
A secretária de Saúde, Daniele Meneguzzi, acredita que Caxias tenha inclusive outros casos, mas que não foram confirmados devido a dificuldade de diagnóstico e até a semelhança dos sintomas com a covid-19.
— Pode ser que as pessoas não tenham buscado atendimento, ou até negativado em um teste de covid. Ainda não tivemos nenhum caso grave da doença, mas a nossa sociedade vai precisar se unir novamente em prol da saúde pública. O combate vai depender das pessoas — afirmou Daniele.
A prefeitura nomeou 16 novos agentes epidemiológicos que integram uma equipe de 92 servidores que atualmente fazem o controle dos focos nos bairros, e reduziu de 15 para cinco dias o prazo para o morador regularizar a situação caso sejam encontradas suspeitas da presença do mosquito na área de fiscalização.
A principal preocupação da Vigilância em Saúde é com a crença da população de que o mosquito não sobrevive ao frio. Segundo o órgão, o Aedes aegypti se adaptou ao clima da cidade e seus ovos podem durar 450 dias, independente da temperatura.
Nos próximos dias estão previstas ações de combate ao mosquito nos bairros Cruzeiro e Tijuca, onde um carro de som irá transmitir informações à população sobre os cuidados. O prefeito Adiló Didomenico reiterou a preocupação e convocou a comunidade para entrar na luta contra o mosquito.
— Ninguém está livre, o mosquito não escolhe ambiente social e não respeita cerca. A mobilização precisa ser urgente, os prejuízos são muito grandes. A dengue é muito mais grave do que se imagina — alertou o prefeito.
Fique atento
:: Os sintomas da dengue são febre (usualmente entre 2 e 7 dias) e duas ou mais manifestações de náusea, vômito, erupção avermelhada na pele, dores musculares ou nas articulações, dor de cabeça ou nos olhos.
Orientações para evitar a proliferação:
:: Limpar com escovação semanal o recipiente de água dos animais domésticos;
:: Recolher o lixo do pátio;
:: Colocar o lixo ensacado para ser recolhido pela Codeca;
:: Recolher pneus e armazená-los em locais secos e protegidos da chuva, ou encaminhá-los ao Ecoponto da Codeca;
:: Tampar caixas d’água;
:: Colocar telas milimétricas em caixas d’água descobertas, reservatórios de captação de água da chuva e nos ralos;
:: Limpar as calhas;
:: Semanalmente, lavar e escovar piscinas plásticas, trocando a água;
:: Eliminar os pratinhos das plantas;
:: Cobrir recipientes de armazenamento de água.