Desde janeiro, trechos da RS-122 passam por obras de recapeamento asfáltico na Serra. São 9,16 quilômetros na ligação entre Caxias e Farroupilha e 20,83 quilômetros ente Farroupilha e São Vendelino. Embora aguardadas ansiosamente pelos milhares de motoristas que utilizam a estrada, a recuperação causa efeitos colaterais que exigem cuidado redobrado. O principal deles são os congestionamentos, resultado da necessidade de interrupção de uma das pistas para remoção e aplicação do pavimento. O outro, que causa impacto inclusive nos períodos de folga das equipes, como à noite, é a ausência da pintura na pista.
Na manhã de terça-feira (15) a reportagem percorreu a rodovia entre o viaduto torto, em Caxias, e o entroncamento de saída de Farroupilha para Porto Alegre. O ponto de maior atenção é o trecho de cerca de três quilômetros entre o viaduto torto e o acesso a Forqueta, em Caxias, no sentido Farroupilha. É neste segmento que as equipes se concentram desde o mês passado, substituindo o asfalto antigo em pontos críticos, principalmente na faixa da direita. O trabalho ocorre agora justamente nas proximidades do acesso ao bairro, ponto historicamente problemático por conta dos buracos.
Por conta das obras recentes, contudo, não há atualmente demarcações na pista, o que se torna um fator de dificuldades em dias chuvosos e de neblina, como registrado nesta semana, ou à noite. Quando o motorista passa a região de Forqueta em direção a Farroupilha, a sinalização é aparente, embora esteja antiga. Nesse trecho, ainda é preciso cuidado com os buracos e as ondulações na pista, já que as obras ainda estão avançando nesta direção. A sinalização ausente se repete no trecho entre São Vendelino e Farroupilha, que também recebeu nova camada asfáltica nas últimas semanas.
Quando se observa o sentido Farroupilha-Caxias, o cenário é diferente. As pistas foram as primeiras a passar por recuperação e já contam com nova pintura em toda a extensão. Ainda falta a fixação das tachas refletivas, principalmente na linha divisórias das pistas, mas a existência da demarcação é um indicativo de que o acabamento em outros trechos vai ser realizado de forma mais rápida do que ocorreu no passado em trechos recapeados.
O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), responsável pelas obras, afirma que a pintura da pista onde ela ainda está ausente depende da pausa da chuva registrada nos últimos dias. Também é preciso aguardar a secagem do asfalto.
As obras de recuperação da RS-122 integram a segunda etapa do Programa Avançar na Logística e Transportes. Apesar do trabalho ter começado em janeiro, o anúncio oficial do pacote de investimentos ocorreu em 25 de fevereiro. A primeira fase de recuperação do trecho entre Caxias e Farroupilha recebeu R$ 1,7 milhão e foi executada ainda em 2021. Agora foram destinados mais R$ 8,25 milhões. Já o trecho entre Farroupilha e São Vendelino teve o aporte de R$ 2,1 milhões no ano passado e mais R$ 7 milhões agora. Ao todo, a segunda etapa destinou R$ 49 milhões para a recuperação de estradas da Serra, valor que se soma aos R$ 192 milhões aportados na primeira fase do programa.