Quase 20 dias após o início do ano letivo, a Central de Matrículas segue se organizando para atender a demanda de famílias em busca de vagas ou de transferência dos filhos para escolas da rede pública de Caxias do Sul. A partir desta quarta-feira (9), o atendimento ao público passa a ser das 8h30min às 14h30min, com distribuição de senhas com data e horário, e adotará também o preenchimento manual das fichas. Até esta terça (8), o serviço seguia com atendimento externo e via sistema até às 16h30min.
Segundo a secretária municipal da Educação (Smed), Sandra Negrini, o novo horário e modelo de atendimento é necessário diante da instabilidade do sistema da Procergs, que é utilizado para gerenciar a distribuição das vagas. Em alguns casos, conforme relatos das atendentes, as inscrições precisavam ser reiniciadas após queda do programa virtual, ocasionando em perda das informações. A situação ocorre desde fevereiro após uma ação de hackers no sistema administrado pelo governo do Estado.
Dessa forma, para aliviar o acesso ao sistema, a Central de Matrículas adotará a forma manual de preenchimento de fichas para posterior inserção no sistema, que será feita entre 14h30 e 17h30, ou seja, apenas em serviço interno. Para essa função, o quadro de funcionários ganhou o reforço de mais cinco profissionais com 40 horas semanais para auxiliar nessa etapa do serviço.
— Organizar as fichas ficou inviável porque o sistema, desde o ataque em fevereiro, está apresentando muita instabilidade. Muitas vezes se fica 40 minutos para atender uma pessoa. Teve um caso de o sistema cair seis vezes e precisar fazer tudo de novo. Por isso, vamos adotar a forma manual e, após, fazer a inserção no sistema para a distribuição das vagas — explica Sandra.
O setor atende vagas em 184 instituições de ensino, sendo 53 da rede estadual e 131 da municipal, divididas entre 83 do ensino fundamental e 48 de educação infantil.
A medida foi anunciada após um balanço realizado pela Smed com base nas principais necessidades e dos encaminhamentos realizados desde o início de fevereiro. Segundo a secretária, a grande procura tem sido por pais ou responsáveis que perderam os prazos para matrículas e por pessoas que recentemente mudaram para a cidade à procura de empregos.
Ainda foi constatado que muitas crianças estavam fora do sistema em virtude da pandemia e da não presencialidade das escolas. O levantamento mais recente aponta que ainda estão sem vagas 179 alunos na escola infantil; 52 no primeiro ano e 66 entre o 2º e 9º anos, totalizando 297 crianças ainda sem vaga.