Diante do crescimento acelerado de casos de covid-19, o governo do Rio Grande do Sul decidiu emitir alerta para 12 regiões do Estado, incluindo Caxias do Sul. Com isso, a região precisa, em 48 horas, adotar uma "ação" para tentar frear a doença. A Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste Gaúcho (Amesne) informou que já está se mobilizando para apresentar o plano ao governo estadual. Contudo, adianta que não irá propor medidas rígidas, tais como o fechamento de estabelecimentos.
A diretora do Comitê Técnico da Amesne, Marijane Paese, reconhece o alto número de infecções pelo coronavírus, mas diz que o cenário atual é diferente de outros momentos da pandemia, tendo em vista a ocupação de UTIs, por exemplo.
— Não podemos avaliar na mesma régua porque é outro cenário. Não temos parâmetro, no momento, para medidas restritivas. Para medidas restritivas, tem que estar os três indicadores, que são contaminados, hospitalizações e óbitos, em níveis elevados. Mas não cabem restrições sérias porque não se tem parâmetro para isso. Não é momento de pânico. Precisamos fazer um trabalho orientativo em diversos segmentos, e é isso que vamos fazer. Vamos propor soluções orientativas — aponta Marijane.
A diretora também analisa que há um impacto sendo sentido nas internações em leitos clínicos na região, mas que isto não é considerado grave:
— A pessoa em leito clínico "gira" muito rápido. Fica internada um ou dois dias. Não compromete a estrutura hospitalar. É diferente de uma entubação ou um quadro mais grave.
O alerta chega em um momento de atenção, não só em Caxias do Sul, como em todo o Estado. O Rio Grande do Sul contabilizou, nesta quarta-feira, mais 21.122 casos confirmados de covid-19 nas últimas 24 horas. A atualização estabelece um novo recorde na média móvel diária de casos no Estado e inclina ainda mais a curva íngreme de contágio. No maior município da Serra, no mês de janeiro, a média é de 200 pacientes que testam positivo por dia.
Além da região de Caxias, receberão o alerta Santa Maria, Uruguaiana, Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Pelotas e Lajeado.
A última vez que os municípios da Serra foram alertados pelo governo estadual foi em 6 de julho do ano passado, conforme a Amesne.
**Com informações do repórter Gabriel Jacobsen.