Mesmo que a variante Ômicron do coronavírus provoque sintomas mais leves, principalmente, em quem está vacinado contra covid-19, o número de casos cresce a cada dia em Caxias do Sul. Para se ter uma ideia, de 1º a 18 de janeiro, 3.608 pessoas testaram positivo para o coronavírus na cidade. O pico de casos ativos, de 1.390, foi entre 14 e 15 de janeiro. A média é de 200 pacientes que testam positivo por dia. O número de infectados pode ser bem maior, uma vez que há assintomáticos ou pessoas que não procuram os serviços de saúde para fazer a testagem.
Esse aumento impacta no sistema público de saúde, já que as pessoas buscam atendimentos na Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas Unidades de Pronto-atendimento Central e da Zona Norte. Com o número de confirmados, cresce também a fila de espera por leitos de enfermaria nos hospitais da cidade. Até a terça-feira (18), cinco pacientes aguardavam nas UPAs por uma vaga. Por outro lado, não há fila de espera por leitos na unidade de terapia intensiva (UTI).
Diante desse novo cenário a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) adotou estratégias para absorver a demanda que aumentou desde os primeiros dias desse ano. Ao contrário do ano passado, quando os casos aumentaram de maneira exponencial, e não havia vacinação, agora o momento é diferente, porque a aplicação das doses torna os casos menos graves, e na maioria deles sem necessidade de leitos hospitalares. Hoje, a demanda é maior nas portas de entrada do serviço, ou seja, nas UBSs, UPAs ou plantões particulares que atendem planos de saúde.
— Nesse momento o que a gente tem é um grande número de infectados, com sintomas leves, ou nenhum sintoma. Essas pessoas buscam esse atendimento para fazer o teste, ou muitas vezes com o teste já positivo, mas precisando de um atestado para apresentar na empresa. Isso gera uma demanda expressiva. Já reforçamos os atendimentos médicos e as equipes, principalmente, nas UPAs. Nas UBSs temos uma dificuldade maior de fazer isso já que temos um grande número de servidores também infectados e afastados e isso dificulta um pouco mais a estratégia, mas estamos planejando para os próximos dias alteração no atendimento para dar vazão a demanda — afirma a secretária Daniele Meneguzzi.
Ela reforça que entre as estratégias que já foram adotadas está ainda a testagem em todas UBSs, campanhas para que as pessoas sigam mantendo cuidados de prevenção à covid-19 e mutirões de testagem e de vacinação aos sábados.
— A secretaria está atenta diariamente, reavaliando números de pacientes infectados, e que necessitam de internação para atuar de acordo com o desenrolar da pandemia. Temos oferta e capacidade de atendimento — afirma Daniele.
Ela alerta ainda que é essencial fazer a vacina:
— A maioria das pessoas internadas ou à espera de leitos de enfermaria não estão vacinadas contra covid-19 ou fizeram apenas uma dose ou duas quando já poderiam ter feito o reforço.
Testagens nos hospitais para combater disseminação do vírus
Desde o começo deste ano, pacientes que ficam em obervação nas UPAs ou que são internados nos hospitais para fazer um procedimento são testados, mesmo que não apresentem sintomas respiratórios:
— Esse é o protocolo que existe desde o início do ano. Todo o paciente é testado. O nosso Samu, por exemplo, quando presta atendimentos e que precisa conduzir o paciente às UPAs ou hospitais, a equipe já faz o teste na ambulância _ destaca a secretária de Saúde.
Muitas vezes esses casos têm apresentado resultado positivo para coronavírus, o que muda a dinâmica dentro do hospital:
— Algumas pessoas apresentam doenças de base que não a covid-19, teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), por exemplo, um infarto, e, mesmo sem sintomas respiratórios, testa positivo para coronavírus. Esse paciente não tem sintomas, mas via de regra é testado, e, com o resultado positivo, vai precisar de leito covid.
Sobre a regulação de pacientes que estão à espera de leito, se for caso suspeito, tem que ser regulado para um leito e deixar o leito ao lado bloqueado. Assim, às vezes o quarto tem três leitos, mas os outros dois ficam bloqueados até sair o resultado do exame. Outro aspecto é o quadro clínico: dependendo de cada quadro, o paciente é regulado para hospital que tenha capacidade de atender o caso dele. Pode, por exemplo, ter leito em um hospital, mas o quadro do paciente necessita que seja levado para outro.